Nesta segunda-feira (7), o Chile começou a aplicar a quarta dose da vacina contra Covid-19, começando por pessoas maiores de 55 anos. Enquanto isso, o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, afirmou que o tema está sendo debatido pela pasta.
Assim como outros países, o Chile está passando por uma explosão de casos de Covid-19 provocada pela variante Ômicron, a mais transmissível do novo coronavírus desde o começo da pandemia.
Para inaugurar a nova fase da campanha de vacinação, o presidente Sebastián Piñera compareceu a um posto de saúde durante suas férias no sul do país e recebeu a segunda dose de reforço, que é a quarta dose no geral.
“Para nos protegermos, seguimos uma estratégia desde o primeiro dia que é antecipar, estar um passo à frente para que o coronavírus não nos pegue de surpresa”, disse o presidente em conversa com jornalistas.
Até hoje, a quarta dose estava sendo aplicada no Chile desde o dia 10 de janeiro apenas em imunocomprometidos, profissionais de saúde e idosos moradores de casas de repouso. Das 18,9 milhões de pessoas ‘vacináveis’ (a partir de 3 anos de idade), somente 2,1% tomaram a quarta dose. Já a dose de reforço foi aplicada em 73,9% do público-alvo, enquanto o percentual de vacinados com duas doses ou com a dose única é de 89,6%.
“Nada é suficiente porque o vírus e, especialmente, (a variante) Ômicron têm uma capacidade de contágio que surpreendeu o mundo inteiro que provocou o colapso dos sistemas de saúde dos países mais desenvolvidos do mundo”, ressaltou Piñera.
Da mesma forma que o Chile, o Brasil enfrenta a onda de casos provocada pela variante Ômicron. No entanto, por aqui, ainda não há previsão de aplicação da quarta dose da vacina contra Covid-19.
Brasil debate aplicação da 4ª dose da vacina contra Covid-19
De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, o tema está em debate. “A área técnica tem discutido. A secretária Rosana [de Melo, da Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19] conversou comigo na sexta-feira passada e disse que o grupo técnico ainda não avalia aplicar quarta dose, mas, na prática, seria a dose de 2022”, disse Queiroga.
Na mesma sexta-feira, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica contrária à aplicação da quarta dose da vacina, segundo informação do jornal Folha de S. Paulo.
“Antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do PNO [Plano Nacional de Operacionalizações], se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação (vacinados x não vacinados)”, diz trecho da nota.
Por enquanto, o foco da vacinação no Brasil é a imunização de crianças de 5 a 11 anos.