CGU diz que ex-corregedor da PRF não investigou participação de superiores nos bloqueios de estradas

Benedito Gonçalves, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido do ex-corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Wendel Benevides Matos para retornar ao cargo nesta semana – ele foi exonerado pela Casa Civil por conta de suspeitas de parcialidade na função.

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De acordo com informações reveladas nesta sexta-feira (28) pelo canal “G1”, uma Nota Técnica da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu pela possibilidade da exoneração do corregedor. Para o órgão, existem indícios de que o corregedor não deu “tratamento isonômico aos procedimentos” e ainda “fez juízo prévio de valor” em relação às acusações feitas contra o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.

Nesse sentido, o órgão afirma que Wendel Matos deixou de comunicar possíveis irregularidades do ex-diretor para a Controladoria-Geral da União. Segundo a CGU, o ex-corregedor deixou de atuar para apurar suspeita de participação de agentes da PRF nos bloqueios golpistas das estradas. Ele também não teria apurado a suspeita de atuação diferenciada da PRF nos estados com mais eleitores do ex-presidente Lula.

Wendel Benevides Matos, ex-corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). (Imagem: reprodução/ PRF)

“Com efeito, ao afirmar que nenhuma ordem fora dada, o atual Corregedor-Geral assumiu como verdadeira a inexistência de participação de superiores ou mesmo da alta cúpula da PRF nos fatos ocorridos”, afirma a nota, completando que “tal fato é corroborado pelo fato de que, de fato nenhuma apuração foi desenvolvida para apurar a existência de eventuais ordens de superiores no sentido de que os policiais rodoviários federais deixassem de cumprir suas obrigações”.

Ainda no relatório, consta uma possível atuação do Wendel Matos em um antigo processo contra ex-diretor da PRF – no início de sua carreira, Silvinei Vasques agrediu um frentista de posto e o procedimento disciplinar prescreveu sem punição. Wendel Matos estava envolvido nesse processo.

Wendel Matos, que acumulou função de Coordenador-Geral da Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos na gestão de Damares Alves, também teria atuado para impedir o aborto legal de uma menina de dez anos. “Considerando a quebra da confiança técnica, necessária ao bom curso dos trabalhos correcionais, afirmada pelo atual Diretor Geral, entende-se haver riscos a um funcionamento eficiente, eficaz, efetivo e imparcial da Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, sob o comando do atual Corregedor-Geral, Wendel Benevides Mattos”, afirma a nota da CGU.

Leia também: STF forma maioria para tornar réus mais 200 acusados pelos ataques de 08 de janeiro

Alisson Ficher

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