A paciente portadora da mutação do coronavírus é uma brasileira de 45 anos, residente em Salvador-Bahia. Esse é o primeiro caso de reinfecção oficialmente catalogado no mundo.
De acordo com cientistas do Instituto D’Or, a paciente foi infectada pela primeira vez no mês de maio e não é portadora de nenhuma comorbidade. A segunda infecção, segundo relatos, foi mais severa do que a primeira, com amplos sintomas. Os dois diagnósticos foram feitos por meio de testes RT-PCR, após quatro semanas a brasileira passou por um teste de IgG para confirmar os anticorpos.
Mutação do novo coronavírus
A mutação E484K faz parte de um grupo de variantes do vírus SARS-CoV-2, e esse grupo foi associado ao aumento da infecciosidade, ou seja, tudo indica que essa nova variante é muito mais infecciosa, tornando a contaminação pela doença mais fácil. O que se sabe até agora é que isso acontece porque há um aumento da ligação entre a proteína spike do vírus e o receptor do hospedeiro, afetando a neutralização de anticorpos.
Pesquisas no Brasil sobre a mutação da Covid-19
Os pesquisadores que estão estudando essa mutação no Brasil contaram com a ajuda de profissionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fiocruz. Eles continuam investigando casos que são suspeitos de reinfecção para monitorar os pacientes e qualquer outra variante que possa surgir.
“A descoberta serve de alerta e reforça a necessidade de manutenção das medidas de controle da pandemia, com distanciamento social e a necessidade de acelerar o processo de vacinação, para reduzir a possibilidade de circulação desta e de possíveis futuras linhagens que, ao acumular mutações, podem vir a se tornar mais infectantes, inclusive para indivíduos que já tiveram a doença”, destaca o pesquisador Bruno Solano, que está à frente do estudo no Brasil.
Cientistas de todo o mundo estão alertas para essa mutação, que pode dificultar a ação de anticorpos que combatem o novo coronavírus.