Após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmar que a CoronaVac não será aplicada como terceira dose, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a exclusão do imunizante “não está baseada em regra técnica”.
De acordo com Queiroga, a terceira dose priorizará o uso do imunizante da Pfizer, mas caso necessário também poderá usar as vacinas da AstraZeneca e da Janssen, deixando de fora o imunizante de origem chinesa fabricado pelo Instituto Butantan no Brasil.
“A CoronaVac acrescenta, como terceira dose, um aumento de até cinco vezes a estimulação de anticorpos, então isso não está baseado em regra técnica, é uma preferência do ministro para atingir a CoronaVac.”, afirmou Dimas Covas.
Na avaliação de Covas, a exclusão da CoronaVac da terceira dose do PNI (Programa Nacional de Imunizações) é mais uma forma de o governo federal atacar o imunizante, afirmando que faz parte de uma série de “ataques repetidos” do Ministério da Saúde.
“Nós convivemos com isso quase que vindo diariamente por parte do governo federal, especialmente pelo presidente da República e pelo ministro Queiroga, que está agora aí fazendo esse movimento”, declarou Dimas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.
Secretário da Saúde de SP defende terceira dose de CoronaVac
O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, classificou como “abominável” a decisão do Ministério da Saúde, afirmando que se trata de uma discussão política em cima da vacina.
“Não existe motivo nenhum, de nenhuma discussão política. Nesse momento, discussão política em cima de vacina é algo abominável.”, disse Gorinchteyn em entrevista ao portal UOL nesta quinta-feira.
Segundo o secretário, não há qualquer evidência científica que indique que a CoronaVac não é eficaz o bastante para ser aplicada como terceira dose.
“É óbvio que quando nós falamos de plataformas diferentes de vacina, nos estamos dizendo que quando eu uso técnicas diferentes de vacinação eu aumento a possibilidade de as pessoas poderem responder, o que não quer dizer que ela não seja efetiva. Não tem a justificativa da sua não utilização [da CoronaVac]”, declarou.