Boulos diz que prisão de líderes sem-terra ‘cheira a perseguição política’

Guilherme Boulos (Psol), deputado federal e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), lamentou nesta segunda-feira (06), durante entrevista ao canal “CNN Brasil”, a prisão de José Rainha e Luciano da Silva, líderes do sem-terra.

Para o deputado federal, essas prisões “tem cheiro de perseguição política”. Nesse sentido, o parlamentar relata que existe um inquérito antigo que foi “requentado” uma semana após ações dos movimentos sem-terra. “Até onde eu sei, é um inquérito que responde a dois anos atrás”, começou.

“Quer resolver o problema da população sem-terra, faça política de reforma agrária, garanta um lote, uma pequena propriedade para que aquelas famílias possam produzir”, disse Guilherme Boulos, que ainda cobrou apoio do União Brasil, do PSD e do MDB ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional.

Segundo o parlamentar, não é razoável que partidos com uma grande representação nas Casas votem contra as propostas governistas na Câmara e no Senado. “Imagino que esses partidos, quando tiver votação, que fiquem com o governo. Isso já dá uma maioria, não para aprovar PEC, mas dá maioria para aprovar projeto de lei, medida provisória, projetos mais simples”, afirmou Guilherme Boulos.

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Não suficiente, o deputado também rechaçou a possível abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos de 08 de janeiro, data em que apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.

Para o deputado, com a CPMI, ao invés de o governo “discutir o novo marco fiscal, a retomada de investimentos públicos para gerar emprego, o novo Minha Casa Minha Vida“, ficaria preso em “uma discussão pautada por bolsonaristas sob um viés alucinado”.

Boulos fala sobre joias ao governo Bolsonaro

Por fim, durante a entrevista, Guilherme Boulos também falou sobre as explicações de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre o destino de joias doadas pela Arábia Saudita. De acordo com ele, as justificativas apresentada “não param em pé”.

Nesse sentido, ele ainda atrelou o caso à carga de cocaína encontrada com um sargento que estava na comitiva de Bolsonaro, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na Espanha. Isso, em 2019.

“É uma criminalidade totalmente perpetrada no Palácio do Planalto, no núcleo presidencial, na família presidencial. Como pode um presidente mobilizar ministros para tentar intimidar a Receita Federal para liberar joias contrabandeadas que não estavam declaradas?”, questionou o deputado durante a entrevista.

Leia também: Entrada irregular de joias por Bolsonaro é alvo da PF

Alisson Ficher

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