O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) estiveram em uma reunião nesta quinta-feira (06) em Brasília, na sede do Partido Liberal (PL). Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram que, no encontro, o gestor paulista virou alvo de críticas por apoiar a reforma tributária e querer liberar a bancada para votar o projeto – Bolsonaro, por outro lado, sugeriu adiar a reforma.
No começo da semana, Tarcísio de Freitas defendeu que estava de acordo com o texto, mas tinha apenas algumas ressalvas. Na ocasião, ele relatou ter feito uma reunião com as lideranças de seu partido, com o setor empresarial e também com o relator da proposta na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP).
“Então, acho que todo mundo já conhece quais são os pontos de São Paulo, as divergências, que são poucas e são divergências ajustáveis para que a gente possa preservar o federalismo”, afirmou ao comentar sobre o tema. De acordo com a jornalista Andreia Sadi, nesta quinta, Bolsonaro se enfureceu com a declaração de Tarcísio e o criticou duramente.
Além disso, o governador paulista também foi alvo de apoiadores de Bolsonaro, tanto que foi preciso que Valdemar Costa Neto, presidente do PL e outros integrantes da legenda intervisse em alguns momentos. Conforme a jornalista, durante a reunião desta quinta, irritados pelo apoio do governador à reforma tributária, alguns políticos do PL chegaram a dizer que sua eleição, em outubro de 2022, aconteceu porque ele era ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, que chegou a dizer que o gestor não tem experiência na política.
Tentando acalmar os ânimos, Tarcísio de Freitas disse, durante a reunião, que estava ali para ser um interlocutor, já que cedeu nas negociações e deverá cobrar votos dos parlamentares de São Paulo pela aprovação da matéria. Na ocasião, ao ser interrompido por Bolsonaro e outros políticos, ele afirmou que, em seu ponto de vista, é arriscado para a direita “abrir mão” da reforma tributária.
“Eu acho arriscado para a direita abrir mão da reforma tributária”, tentou dizer Tarcísio, no encontro, após falar que havia ido ao encontro “na maior humildade”. Ao ouvir vaias, porém, reclamou. “Tudo bem, gente. Se vocês acham que a reforma tributária não é importante, não vota, pô”, disse ele.
A expectativa é que o “texto definitivo” da reforma deve ser concluído até o início da noite desta quinta. A ideia de Bolsonaro era adiar para a primeira semana de agosto a votação da tributária. Mas Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, já mandou recado de que isso está fora de cogitação.
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