Bolsonaro queria propor adiar eleição, mas não teve apoio; entenda

Depois de ter passado as últimas semanas tentando reverter a vantagem obtida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual chefe do Executivo não só não conseguiu a reversão que tanto queria como foi “atropelado” pelo combo salário mínimo e o ataque à Polícia Federal (PF) feito pelo seu agora ex-aliado Roberto Jefferson.

Segundo a jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, Bolsonaro tem tentado encontrar o que ela chama de “bala de prata” para tentar reverter a vantagem obtida por Lula no primeiro turno das eleições. Todavia, como ele não conseguiu, voltou às origens, isto é, passou a fazer questionamentos sobre as urnas e tem “tentado tumultuar” o processo a quatro dias do segundo turno das eleições.

Na noite de quarta (26), Bolsonaro concedeu uma entrevista ao lado do ministro da Justiça, Anderson Torres para comentar sobre a negativa do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, de investigar cerca de 160 mil inserções a menos da campanha do chefe do Executivo no rádio. Antes da coletiva, relata Andreia Sadi, Bolsonaro estava cogitando radicalizar e até mesmo propor adiamento da eleição.

Todavia, o presidente foi aconselhado pelos seus aliados a não fazer isso. Conforme a comunicadora, interlocutores explicaram para Bolsonaro que ele precisa ter calma e que não existe nenhuma mudança significativa nas pesquisas de intenções de votos que justificasse um discurso de ruptura a essa altura do campeonato.

“E, de longe, deixaram claro no subtexto: o de que, se Bolsonaro escalasse para essa proposta de perdedor, pedindo adiamento das eleições, seria por sua conta e risco – não teria apoio de ninguém”, revelou Andreia Sadi, relatando que, agora, o presidente antecipa o terceiro turno da eleição caso seja derrotado por Lula.

De acordo com ela, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já receberam informações da campanha jurídica de Bolsonaro de que, caso ele seja derrotado no domingo, haverá um pedido para que o resultado do pleito seja impugnado. Tal fato não seria inédito e nem ilegal. Em 2014, Aécio Neves (PSDB) tentou impugnar a vitória de Dilma Rousseff (PT), mas não conseguiu.

“Tudo do jogo, dentro das regras e do direito querer questionar no TSE – assim como fez Aécio em 2014 e perdeu. Mas Bolsonaro inova ao tentar anular o jogo com a bola rolando – simplesmente por achar que pode”, afirmou Andreia Sadi, completando que “a regra é clara, e o plano B de Bolsonaro, caso ele perca a eleição, é cristalino: o terceiro turno vem aí”.

Leia também: Equipe de Lula vai ignorar denúncia de Bolsonaro sobre propaganda eleitoral

Alisson Ficher

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