Bolsonaro ameaça a Constituição após ser incluído em inquérito das fake news

O presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), reagiu, nesta quinta-feira (05), à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que o incluiu no inquérito das fake news. Em entrevista à rádio “Jovem Pan”, o chefe do Executivo ameaçou agir fora “das quatro linhas” da Constituição Federal.

“Sou presidente 24 horas por dia. O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas”, afirmou o presidente, que ainda disse que o inquérito da Corte é ilegal, visto que “não há embasamento jurídico”.

Para Bolsonaro, que afirmou que não será “intimidado pelo inquérito”, o correto seria o procedimento ter começado pelo Ministério Público (MP) e não pelo STF. A decisão da Corte aconteceu depois que o ministro do Supremo e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, enviou ao STF uma notícia-crime feita acerca das declarações de Bolsonaro, que visa colocar em cheque a lisura das urnas eletrônicas.

As declarações em questão foram divulgadas no Brasil123 na semana passada, quando o chefe do Executivo afirmou que havia fraude nas eleições, mas confessou que “não tinha como provar” isso.

Mais declarações de Bolsonaro

Também nesta quinta (05), Bolsonaro foi às redes sociais e publicou uma decisão judicial feita pelo ministro Luís Roberto Barroso, em 2016. Na ocasião, o membro do STF concedeu perdão de pena a José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, no processo do mensalão.

Segundo as notícias da época, o ministro atendeu um pedido da defesa de Dirceu e decidiu pela extinção da pena. Todavia, apesar do perdão concedido em 2016, o político permaneceu preso em Curitiba, no Paraná, até o ano de 2018.

A publicação de Bolsonaro foi mais uma tentativa de atacar o presidente do TSE após a decisão de abertura, por unanimidade, de um processo administrativo sobre os seguidos ataques à legitimidade das eleições feitas pelo chefe do Executivo, que já afirmou, inclusive, que se não houver voto impresso em 2022, as eleições podem não acontecer.

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