Barril de petróleo a quase US$ 120 eleva riscos de nova alta dos combustíveis

As pessoas que precisam abastecer seus veículos no Brasil estão sofrendo com combustíveis cada vez mais caros. A gasolina e o diesel bateram recorde neste mês e a expectativa é que os preços subam no decorrer do mês. Isso porque o barril de petróleo fechou a semana em alta, pressionando ainda mais a Petrobras.

A saber, o barril Brent, que é a referência mundial, subiu 1,79% nesta sexta-feira (3). Com isso, fechou o dia cotado a US$ 119,72 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Esse é o maior patamar de fechamento dos últimos dois meses.

Com o avanço registrado hoje, o Brent passa a acumular uma valorização de 50,9% em 2022. Embora seja bastante expressiva, o barril Brent chegou a ter ganhos superiores a 60% no início de março devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. Inclusive, o conflito no leste europeu continua pressionando os preços internacionais do petróleo.

Petrobras segura reajustes

Esse cenário impacta diretamente os preços dos combustíveis no país. Em resumo, a política de preços da Petrobras, adotada pelo governo Michel Temer em 2016, se baseia nas cotações do barril de petróleo no mercado internacional e nas variações do dólar.

Isso quer dizer que, quanto mais caro o petróleo estiver, mais altos os custos para a Petrobras. Pressionada, a estatal acaba repassando esse aumento para as refinarias, que também o repassam para os postos de combustíveis. Por fim, o consumidor final sempre paga por estes aumentos.

Aliás, as recentes altas do petróleo já fizeram a Petrobras promover dois reajustes no diesel, um em março e um em maio, e um na gasolina, apenas em março. Vale destacar que o dólar está cotado a R$ 4,77, e isso alivia um pouco da pressão sobre a Petrobras, visto que o real vem acumulando uma forte valorização de 14,28% ante o dólar em 2022.

Governo tenta congelar os preços dos combustíveis

Embora a Petrobras esteja pressionada pelo cenário externo, os preços não acompanham as variações de maneira imediata. Na verdade, entidades afirmam que a estatal vem segurando os preços dos combustíveis, pois há defasagem em relação aos preços internacionais.

Em outras palavras, a Petrobras poderia reajustar a gasolina e o diesel, pois a sua política de preços permite essas variações. Contudo, o presidente Jair Bolsonaro vem se movimentando para evitar novas altas dos combustíveis.

A saber, o governo federal é o principal acionista da empresa e já promoveu a troca de três presidentes apenas no governo Bolsonaro. Inclusive, Bolsonaro deseja congelar os preços dos combustíveis ao menos até as eleições. Ele não quer que sua popularidade seja afetada pelo encarecimento dos combustíveis.

Resta aguardar para saber quem terá mais força: o governo ou a política de preços da Petrobras.

Leia também: PIS/Pasep: abono de até R$ 1.212 ainda pode ser sacado; saiba como

Ruan Samarone

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