A primeira audiência sobre o assassinato do menino Henry Borel terminou na madrugada desta quinta-feira (07) e teve como um dos pontos principais a mudança de versão da babá Thayná Oliveira Ferreira, a última pessoa a ser ouvida.
Diferentemente de um dos dois depoimentos anteriores, Thayná afirmou que nunca viu o ex-vereador Jairinho, preso acusado de ter matado o Henry, agredindo o menino. Segundo a depoente, ela foi manipulada por Monique Medeiros, mãe do garoto.
Um fato interessante foi que, antes de começar a dar sua nova versão sobre os fatos, Thayná pediu para que a juíza Elizabeth Machado Louro, que presidiu a sessão, retirasse Monique da sala. O pedido foi aceito.
Segundo a babá, tudo que ela disse anteriormente pode ter sido imaginação da sua cabeça. “No meu entendimento era a Monique que me fazia acreditar em muita coisa e, por isso, a minha cabeça estava transtornada e eu começava a imaginar um monstro, mas, ali no quarto, poderia não estar acontecendo nada e eu estava imaginando um monte de coisa”, disse.
Em outro momento, a mulher afirmou que se sentiu usada por Monique, que segundo ela, tentava mostrar que Jairinho era um monstro. “Me senti usada em que sentido? No sentido de que ela vinha, contava, tentava me mostrar o monstro do Jairinho e eu ficava com todas as coisas ruins na minha cabeça. Era tudo suposição da minha cabeça. Eu nunca vi nenhum ato”, completou ela.
Nesta semana, ao todo, dez pessoas prestaram seus depoimentos durante a audiência. As próximas estão marcadas para serem realizadas nos dias 14 e 15 de dezembro.
Versões da babá
Em seu primeiro depoimento, realizado em março, a babá disse que nunca havia visto nada de diferente entre o casal e o menino. Um mês depois, ela foi ouvida novamente e, desta vez, disse que Monique sabia que Henry era agredido por seu padrasto, e que a mãe da criança pediu que ela mentisse à polícia.
Relembre o caso de Henry
Henry Borel morreu no dia 8 de março, no apartamento em que morava com sua mãe e seu padrasto, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), o menino sofreu 23 ferimentos pelo corpo.
A causa da morte foi “hemorragia interna e laceração hepática”. A criança sofreu lesões hemorrágicas na cabeça, lesões no nariz, hematomas no punho e abdômen, contusões no rim e nos pulmões, além de hemorragia interna e rompimento do fígado.
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