AUXÍLIO BRASIL deveria ser de R$ 732 para se igualar ao AUXÍLIO EMERGENCIAL

O tão esperado Auxílio Brasil de R$ 600 já tem data para chegar às mãos dos beneficiários, e vai ser de forma antecipada.

Isso porque o calendário habitual do programa apontava o dia 18 de agosto para início da próxima rodada, e agora o repasse com o aumento vai começar no dia 9.

No entanto, mesmo com o adicional de R$ 200 no valor mínimo do Auxílio Brasil, o poder de compra dos brasileiros segue afetado pela inflação.

Em outras palavras, o Auxílio Brasil de R$ 600 não será suficiente para permitir que o cidadão consiga comprar as mesmas coisas que comprava com o valor do Auxílio Emergencial 2020, quando foi repassado o mesmo valor.

Foto: Reprodução

Auxílio Brasil é impactado pela inflação

De acordo com cálculos de Matheus Peçanha, pesquisador e economista do Instituto de Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), feitos para a Folha, para ter o mesmo poder de compra de abril de 2020, as famílias deveriam receber o valor de R$ 732,12 para o Auxílio Brasil.

A saber, os R$ 600 do benefício atual correspondem a R$ 491,72 em valores retroativos para 2020.

Preços seguem em elevação

A inflação de alimentos é a maior culpada. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os preços dos produtos da cesta básica verificados para o mês de junho seguiam em tendência de alta.

No acumulado em 12 meses, a cesta ficou acima do índice oficial de inflação nas 17 cidades pesquisadas. Enquanto o IPCA acumulava alta de 11,73%, a cesta básica subiu de 13,34% (Vitória) a 26,54% (Recife). Em São Paulo, a elevação foi de 23,97%.

Apenas em três capitais o custo da cesta básica ficou abaixo dos R$ 600 do Auxílio Brasil: João Pessoa (R$ 586,73), Salvador (R$ 580,82) e Aracaju (R$ 549,91). A mais cara foi registrada em São Paulo, no valor de R$ 777,01.

Fila de espera do Auxílio Brasil

Diante de toda a dificuldade mencionada, a busca pelo ingresso no programa social aumenta a cada dia.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), mais de 2,7 milhões de famílias estão aptas a receber o Auxílio Brasil, mas ainda não receberam o benefício.

Vale destacar que o número foi calculado com base em dados de abril, mês que registrou um aumento de 113% na quantidade de famílias na espera em relação a março.

Cabe aguardar os próximos dias, uma vez que o governo federal indica que vai incluir cerca de 2 milhões de novas famílias no Auxílio Brasil de agosto.

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