Se você depende do Benefício de Prestação Continuada (BPC), fique atento aos próximos parágrafos. A Prefeitura de Rondonópolis, em Mato Grosso, emitiu um comunicado urgente: cerca de mil moradores podem ter o pagamento suspenso se não atualizarem o cadastro até o fim do prazo estabelecido. A exigência segue novas regras federais e obriga todos os beneficiários a confirmarem dados pessoais e econômicos a cada dois anos. Descubra abaixo quem precisa comparecer, quais documentos são indispensáveis e o que fazer caso não consiga se dirigir ao CRAS.
Por que a Prefeitura fez a convocação emergencial?
A Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social detectou inconsistências no banco de dados do Benefício de Prestação Continuada e decidiu lançar um mutirão de regularização. A medida atende a mudanças publicadas pelo Governo Federal em setembro, que tornaram automática a suspensão de benefícios com informações desatualizadas. Na prática, o sistema cruza registros do CadÚnico, INSS e Receita Federal; quando encontra dados antigos — como renda familiar alterada ou mudança de endereço — ele bloqueia o pagamento sem aviso prévio.
Segundo a pasta, aproximadamente 1 000 residentes de Rondonópolis estão nessa situação de risco. A maioria dos registros pendentes pertence a pessoas acima de 65 anos que nunca atualizaram a ficha desde a concessão, além de cidadãos com deficiência que ainda não apresentaram novos laudos médicos. O objetivo da convocação é evitar cortes indevidos e garantir que o recurso continue chegando a quem realmente necessita.
“Não é recomendação, é obrigação. Quem não comparecer terá o benefício suspenso e precisará iniciar um novo processo”, informou a secretária municipal em nota oficial.
Quem deve comparecer ao CRAS e o que levar
O chamamento engloba todos os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada residentes na zona urbana ou rural do município. Alguns grupos, porém, merecem atenção especial:
- Idosos a partir de 65 anos que recebem o BPC há mais de dois anos.
- Pessoas com deficiência de qualquer idade — inclusive quem renovou laudo há menos de 24 meses.
- Famílias que mudaram de endereço ou composição familiar desde a última atualização.
- Beneficiários com pendências documentais apontadas pelo INSS.
Para agilizar o atendimento, a Secretaria listou documentos obrigatórios. O CRAS não concluirá o procedimento sem todos os itens:
- RG e CPF de cada integrante da família.
- Comprovante de residência recente (conta de luz, água ou contrato de aluguel).
- Carteira de trabalho de todos os moradores maiores de 16 anos.
- Declaração de renda familiar atualizada ou contracheques.
- Laudo médico com CID e validade máxima de 12 meses, no caso de pessoa com deficiência.
- Número do benefício (NB) fornecido pelo INSS.
Organize a documentação em pastas plásticas; assim, o servidor confere tudo em poucos minutos e reduz o tempo de espera na fila.
Onde e quando realizar a atualização cadastral
O atendimento acontece exclusivamente nas nove unidades do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Rondonópolis. Todas funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, sem intervalo para almoço. Não há expediente aos fins de semana.
Ao chegar, retire senha e aguarde chamada por ordem de chegada; ainda não existe sistema de agendamento on-line ou telefônico. A Prefeitura recomenda comparecer nos primeiros 15 dias do mês para evitar filas maiores próximo ao encerramento do prazo federal.
Moradores da zona rural podem utilizar o serviço de ônibus convencional até a cidade. Caso isso seja inviável, informe-se sobre o calendário de atendimento itinerante, que passa periodicamente por distritos e povoados.
Consequências de ignorar o chamado e como recorrer
Quem não atualizar o cadastro dentro do prazo terá o Benefício de Prestação Continuada bloqueado automaticamente pelo sistema do Ministério da Cidadania. A partir daí, o procedimento de reativação inclui:
- Abertura de novo processo administrativo no CRAS.
- Análise socioeconômica completa, com visita domiciliar obrigatória.
- Nova perícia médica no caso de deficiência.
- Prazo mínimo de 90 dias entre pedido e resultado final.
Durante a suspensão, o beneficiário deixa de receber o valor mensal de um salário mínimo. Mesmo que o pagamento seja restabelecido, o período sem depósito não é retroativo, gerando prejuízo financeiro para a família. Se, ao fim da análise, a Assistência Social identificar renda superior ao limite de 1/4 do salário mínimo per capita ou ausência de comprovação da deficiência, o benefício pode ser cancelado em definitivo.
Para recorrer, procure o CRAS mais próximo, preencha formulário de contestação e anexe documentos que comprovem a elegibilidade. Quem discordar da decisão pode acionar o INSS em segunda instância.
Alternativas para beneficiários com mobilidade reduzida
Idosos acamados, pessoas com deficiência severa ou qualquer cidadão com mobilidade limitada podem pedir atendimento domiciliar. O serviço é gratuito e segue três etapas simples:
- Ligue para a Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social e informe a impossibilidade de deslocamento.
- Agende data e horário da visita de uma equipe técnica composta por assistente social e entrevistador.
- Separe toda a documentação necessária e deixe acessível no dia marcado.
O profissional realizará a entrevista, fotografará documentos e enviará os dados diretamente ao sistema. Esse recurso garante que ninguém perca o Benefício de Prestação Continuada por razões físicas ou logísticas.
Em caso de emergência médica ou internação, o familiar responsável deve apresentar comprovante no CRAS e solicitar prorrogação do prazo de atualização. O pedido será avaliado individualmente.
Manter o Benefício de Prestação Continuada em dia é tarefa simples, mas exige atenção aos prazos. Reúna os documentos, dirija-se ao CRAS ou agende a visita domiciliar e assegure a continuidade do pagamento que ajuda a sustentar milhares de famílias em Rondonópolis.