Ata do Copom revela que inflação deve estourar a meta em 2022

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou os juros básicos do país em 1,5 ponto percentual na semana passada. Isso fez a taxa Selic subir para o maior nível em quase cinco anos. Apesar de expressivo, o aumento veio em linha com as projeções de economistas.

Seja como for, a ata da última reunião revelou que o Copom acredita que a inflação no Brasil estourará a meta em 2022. Caso isso se confirme, o país terá uma inflação acima da meta pelo segundo ano consecutivo.

A saber, a inflação acumulada em 2021 ficou em 10,06%. Esse patamar superou em quase duas vezes o limite superior definido para a inflação (5,25%). Em suma, a forte alta dos combustíveis impulsionou a taxa inflacionária no país. E o principal instrumento do BC para controlar a inflação é a Selic.

A propósito, a Selic é a taxa básica de juros do país. Sua elevação impulsiona os juros praticados no Brasil, em geral, como o imobiliário e o bancário. Dessa forma, encarece o crédito e reduz o poder de compra do consumidor. O resultado final é o desaquecimento da economia.

Próxima alta dos juros será menor

De acordo com a ata da última reunião do Copom, a alta dos juros na próxima reunião do comitê será menor. A saber, o encontro ocorrerá em meados de março.

“Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”, informou, na ata.

Vale destacar que o Copom elevou sete vezes a Selic em 2021, e as duas últimas elevações foram de 1,5 ponto percentual. Já em 2022, o aumento também ficou bastante expressivo, mas isso não ocorrerá em março. Na verdade, o avanço deverá ser de 1,0 ponto percentual, segundo projeções do mercado.

Por fim, a ata do Copom também revelou que o comitê acredita que a inflação ficará mais alta que o esperado até 2023. Por isso, afirmou que o avanço dos juros no país também poderá ser maior que o projetado.

“Diante desse resultado, novamente o Copom concluiu que o ciclo de aperto monetário deverá ser mais contracionista [juro mais elevado] do que o utilizado no cenário de referência ao longo do horizonte relevante”, disse.

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