Associações e deputados vão ao STF contra Nikolas Ferreira

Há pouco mais de um mês no cargo, o deputado Nikolas Ferreira (PL), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já se envolveu em polêmicas por conta de declarações feitas na Câmara. No começo da semana, assim como publicou o Brasil123, o parlamentar vestiu uma peruca amarela e disse que “se sentia uma mulher”.

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Durante sua declaração, feita no Dia Internacional da Mulher, Nikolas Ferreira afirmou que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”. Devido à declaração, associações representativas da comunidade LGBTQIA+ e 14 parlamentares ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma notícia-crime para que o deputado passe a ser investigado pelo crime de transfobia.

Segundo o grupo, em um comunicado publicado nesta sexta-feira (10), Nikolas Ferreira, o deputado mais votado nas eleições do ano passado, cometeu o crime em discurso citado ao discursar na tribuna da Câmara dos Deputados na quarta-feira (08).

Conforme aponta essas entidades, a declaração do parlamentar promove o discurso de ódio porque associa uma mulher transexual a “uma ameaça que precisa ser combatida, uma alusão a um suposto perigo que não existe”.

Ainda no documento enviado ao STF, o grupo cita um vídeo publicado pelo deputado em que ele inclui fotos de mulheres trans, o que foge à imunidade parlamentar. Na denúncia, afirma-se que Nikolas Ferreira cometeu crimes previsto no Código Penal e no Código Eleitoral por: discriminação baseada em gênero, cor, raça ou etnia.

Durante sua declaração, feita no Dia Internacional da Mulher, Nikolas Ferreira afirmou que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”. (Foto: reprodução)

Desde o discurso do deputado, parlamentares de oposição defendem que o mandato de Nikolas Ferreira deve ser cassado. De acordo com Tabata Amaral (PSB), que assinou a notícia-crime, o colega “tirou” o tempo de fala das mulheres em seu dia para “trazer uma fala preconceituosa, criminosa, absurda e nojenta”.

“A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso, que é garantida pela imunidade parlamentar. Transfobia é crime no Brasil”, disse a deputada sobre a fala de Nikolas Ferreira, que usou suas redes sociais para negar que tenha cometido qualquer crime.

“Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans – visto a diferença biológica – e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa”, disse ele em uma publicação feita em sua conta no Twitter.

Leia também: Nikolas Ferreira vai responder por injúria racial após desrespeitar pronome de deputada trans

Alisson Ficher

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