Nesta quarta-feira (27), após receber o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou em rede social que poderá “avançar” na apuração sobre autoridades com foro privilegiado.
A postagem foi publicada depois de Aras ter recebido na sede da PGR em Brasília um grupo de senadores da CPI da Covid. O relatório final foi aprovado por 7 votos a 4 ontem (26) e pede 80 indiciamentos, além de atribuir 10 crimes ao presidente Jair Bolsonaro na gestão da pandemia.
“Esta CPI já produziu resultados. Temos denúncias, ações penais, autoridades afastadas e muitas investigações em andamento e agora, com essas novas informações poderemos avançar na apuração em relação a autoridades com prerrogativa do foro nos tribunais superiores”, disse Aras em rede social.
Entre as sugestões de indiciamentos feitas pelos senadores da CPI, 13 pessoas possuem foro privilegiado. Caberá à PGR decidir se arquiva os pedidos de indiciamento, se instaura um inquérito ou se apresenta denúncia.
Presidente da CPI da Covid quer que Aras faça justiça
Antes de abrir a votação, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), pediu que a PGR faça “justiça”.
“Não queríamos e não queremos vingança, queremos justiça. E, se alguém acha que algum procurador vai matar no peito esse relatório e dizer que isso aqui são narrativas, vai ter que dizer como foram essas narrativas. Sabe por quê? Porque esse inquérito é público, não é fictício, feito às escondidas”, disse Aziz nesta terça.
“Não há como qualquer membro do Judiciário dizer que não existiu. Pode até questionar alguma coisa, mas vai ter que escrever, vai ter que negar, vai ter que botar lá a sua assinatura e dizer que não houve nada. E o bom brasileiro, aquele que jurou a Constituição, aquele que passou num concurso público, não tem o direito de engavetar. Ele tem a obrigação de continuar a investigação”, acrescentou o presidente da comissão.