Após o triste relato de Klara Castanho, Aline Campos faz alerta e recorda quando ela mesma foi vítima de estupro, um aos 17 e outro aos 19 anos. A dançarina aconselha outras vítimas da violência e fala como a terapia ajudou a superar essa fase dolorosa.
Aline Campos faz alerta e recorda estupros que sofreu
Em entrevista à Folha de S. Paulo, a namorada de Jesus Luz comentou que o relato de Klara foi o ’empurrão’ para que ela falasse sobre o assunto abertamente. “Ao ver a coragem que ela teve de relatar tudo o que passou, me senti motivada e inspirada a mostrar que essa violência é mais comum do que a gente imagina e que acontece com muitas mulheres”, diz, ressaltando que acontece com ‘pessoas que você conhece’.
“Eu sofri, minha mãe também sofreu violência sexual. Dentro do nosso meio acontece com muita gente. Precisamos falar sobre isso para que quem for vítima não se esconda, pois precisamos denunciar. Só assim terá punição dos estupradores para que não façam isso com outras pessoas”, ressalta.
Ademais, Aline aconselha vítimas a procurarem um psicólogo e a modelo enfatiza como a terapia a ajudou nesse período. “Muitas meninas e meninos, muitas mulheres passam por violência sexual, estupro e não denunciam, se calam como foi comigo. Mas, é preciso falar e só consegui com a ajuda de anos de terapia. É muito importante iniciativas como essa do Instituto Liberta para falar de um problema que é tão recorrente. Eu sempre falo que se você sofreu uma violência sexual, procure ajuda psicológica para que consiga se libertar dessa culpa, que nunca é da vítima”, declara.
Relatos
Em seguida, Aline detalha as duas situações. Aos 17 anos, colocaram algo na bebida da dançarina, que não conseguiu reagir e acabou ‘apagando’. No entanto, algum tempo depois, tentaram repetir a violência durante uma viagem ao exterior. “Colocaram novamente algo na minha bebida, mas minhas amigas me protegeram e ficaram ao meu lado o tempo todo”, recorda. “Por isso, não tome bebida no copo de ninguém, fique atenta ao seu copo na balada e não aceite bebida de gente estranha”, aconselha, ainda.
Aos 19, a influencer lhe procurou para oferecer um trabalho, que seria fora do país. “Eu sempre fui muito independente e sonhava em conquistar minhas coisas e acreditei nele. Ele me pediu para ir encontrá-lo em um shopping e fui. Estranhei, pois (ele) tinha pedido para ir de saia e salto alto. Como era um lugar público, achei que não tinha problema”, conta. O trabalho seria de dançarina.
Os dois chegaram a se encontrar e conversaram. “Depois, ele me chamou para ir até o escritório dele para mostrar eu dançando”, lembra, relatando que o abuso aconteceu no local. “Ele começou a passar a mão no meu corpo. Eu na hora falei para parar e saí de lá correndo. Entrei em um táxi e fui chorando para casa. Me senti muito mal, uma confusão na mente e só consegui falar sobre isso depois de cinco anos de terapia”, explica, por fim.