Após desabafar em seu Instagram sobre ter sofrido abuso sexual quando mais nova, Aline Campos diz que foi vítima de estupro duas vezes, antes mesmo da maioridade. A atriz e dançarina diz ter superado o trauma, no entanto, passou por um longo processo e precisou de muita ajuda para aprender a lidar com a violência.
Aline Campos diz que foi vítima de estupro duas vezes
Em entrevista à Patrícia Kogut, a bailarina conta sobre sua conexão com Klara Castanho durante as gravações do filme ‘Férias Trocadas’, onde elas interpretam mãe e filha. No bate-papo, a atriz revelou um trauma em comum com a colega de elenco e conta como conseguiu passar pelo ocorrido. “Isso foi algo que graças a Deus eu curei na terapia. Por isso, indico psicólogo e meditação a todas as pessoas que posso. Durante alguns anos, passei por esse processo de curar, de reconhecer.
Ademais, a namorada de Jesus Luz explica o motivo de ter contado aos seguidores a violência que sofreu. “O que acontece? Muitas meninas e mulheres se cegam para a violência que viveram e se sentem culpadas. A mulher pensa que provocou, a sociedade machista nos faz sentir assim. Hoje em dia, agradeço por eu ter conseguido superar e me fortalecer. Quando relatei na internet, disse que estava abrindo meu coração na intenção de ajudar. Todas as coisas ruins têm dois caminhos: o que destrói e o que potencializa”, desabafa.
Violência
Aline, então, detalha as violências que sofreu duas vezes, pouco antes dos 18 anos. “Foi numa época em que eu queria trabalhar, ter as minhas próprias coisas, saía, bebia. E em muitas ocasiões o homem usa da bebida para tirar a culpa e passar para a mulher, que está vulnerável. Por isso é tão importante a gente falar do que não se deve fazer. Muitos homens usam da bebida para aliciar. A bebida faz com que, se a mulher disser ‘não’ e a pessoa forçar; ou então se a mulher dormir, ou então ser drogada por alguém, como aconteceu comigo, ela acorda do pesadelo e acha que a culpa é dela. Essa falta de consciência traz dúvidas por algum tempo. Foram duas situações bem chatas que eu ressignifiquei. O que posso falar hoje é que, sim, fui abusada sexualmente, fui estuprada. E fui curada em processo terapêutico. Isso me fortaleceu. Estou aqui para dar o meu depoimento, se meninas ou mulheres quiserem conversar sobre como passei por isso”, relata.
Campos, que é mãe de um menino de 11 anos, enfatiza a importância da educação sexual para crianças. “É importante conscientizar os homens, é fundamental as famílias abordarem o assunto. Torço para que pais e mães parem de ser machistas e de ensinar que os filhos têm que sexualizar a mulher”, declara, por fim.