Um Senador filipino na sexta-feira procurou instaurar uma investigação sobre o que ele descreveu como “censura” pelo Facebook depois que o gigante da mídia social derrubou uma rede de contas que disse não serem autênticas, incluindo uma que o governo apóia.
Comunismo
O senador Ronald Dela Rosa, que é um aliado do presidente Rodrigo Duterte, apresentou uma resolução pedindo uma investigação poucos dias depois que o escritório presidencial acusou o Facebook de censurar o conteúdo pró-governamental.
“Há uma necessidade urgente de que o Senado investigue a censura feita pelo Facebook considerando que ela afeta não somente a paz e a ordem, e a segurança de nosso país, mas também afeta muito a liberdade de expressão de todo filipino”, disse Dela Rosa em uma resolução.
Duterte, cujos aliados dominam as câmaras superiores e inferiores do Congresso, criou uma poderosa base de apoio em plataformas de mídia social como o Facebook, o que foi fundamental para sua vitória eleitoral em 2016.
O Facebook desmantelou na semana passada uma rede de contas originárias da China e das Filipinas por se engajar em “um comportamento inautêntico coordenado”, incluindo um que Manila diz apoiar por sua postura anticomunista.
Duterte respondeu avisando ao Facebook que deveria explicar qual é seu propósito em seu país se quiser continuar a lá operar.
Dela Rosa, uma ex-chefe de polícia que foi o principal executor da sangrenta repressão anti-narcóticos de Duterte, disse que o Facebook se envolveu em uma “campanha de censura” contra um grupo de defesa que luta contra o recrutamento de rebeldes comunistas.
A atuação, assim, estaria supostamente dificultando os esforços para impedir a disseminação do extremismo violento.
Campo de batalha
Um funcionário do Facebook disse que não tinha mais comentários após a declaração da semana passada sobre a remoção de contas.
Os filipinos são ávidos usuários da mídia social com dois terços dos 107 milhões de usuários do país no Facebook, e tais plataformas são agora um campo de batalha político, muito como no Brasil.
Os críticos disseram que a administração Duterte permitiu o abuso e a manipulação das mídias sociais por seus apoiadores, afirmação que o governo nega.
