A África do Sul pretende redistribuir 1,5 milhão de doses da vacina AstraZeneca que já comprou para outros países. A medida veio depois de surgirem dúvidas sobre a eficácia do imunizante contra as mutações do novo coronavírus, principalmente a chamada “variante sul-africana”, a mais comum na África do Sul.
O uso da vacina AstraZeneca já havia sido suspenso no país há alguns dias. Isso porque a cepa sul-africana tem mostrado uma resistência maior ao imunizante, embora com base em resultados preliminares e em um pequeno número de pessoas vacinadas.
O Ministro da Saúde da África do Sul, Zweli Mkhize, disse que as doses foram oferecidas à União Africana, entidade que reúne todos os países do continente. Além disso, Mkhize afirmou que serão distribuídas entre países que já demonstraram interesse pela vacina e onde a “variante sul-africana” não está difundida. Não está claro, no entanto, se as doses serão uma doação ou se serão vendidas.
Vacina AstraZeneca e variante da África do Sul
Diante das dúvidas sobre a proteção da vacina, a AstraZeneca informou que trabalha para aumentar a eficiência contra a variante sul-africana. A empresa biofarmacêutica teve a vacina suspensa na África do Sul após estudos evidenciarem eficácia mínima contra a variante.
Até o momento, a cepa tem mostrado resistência a diversos imunizantes disponíveis no mercado, como a vacina produzida pela farmacêutica Janssen, do grupo Johnson & Johnson e a Novavax. A Pfizer, BioNTech e o laboratório chinês Sinovac, ainda não publicaram nenhum resultado da eficácia contra a nova cepa. Em nota, várias empresas como AstraZeneca e Moderna afirmaram que trabalham em possíveis modificações das vacinas, com intuito de aumentar a eficiência diante da variante.
A variante B.1.351, como é registrada oficialmente na comunidade científica, preocupa os especialistas. Descoberta na África do Sul, a variante já chegou a mais de 30 países. Além disso, possui uma mutação chamada E484K, a qual ajuda o vírus a driblar o sistema imunológico. Nesse contexto, a mutação confere caminhos para o vírus escapar dos anticorpos.
Vale ressaltar que a mesma mutação da cepa da África do Sul está presente na variante P.1, descoberta pela primeira vez no estado do Amazonas e, posteriormente, nos estados de São Paulo e diversos países.