Recentemente, o Brasil123 contou a história de Mary Hellen, uma jovem de 22 anos de Pouso Alegre, em Minas Gerais, que está presa por tráfico de drogas na Tailândia, um país que costuma condenar à morte pessoas que cometem este tipo de crime.
Nesta terça-feira (22), em entrevista ao portal “G1”, Telemaco Marrace, um dos advogados da jovem, disse que ela foi para a Tailândia como “mula”. Ainda conforme ele, muito provavelmente, a moça não fazia ideia de que estava levando drogas em sua bagagem.
De acordo com ele, fala-se que a jovem tenha ido para a Tailândia como “mula” porque, na prática, ela só teria transportado a droga no aeroporto. “Estes garotos são aliciados pelos emissários dos grandes traficantes que ficam em ‘baladas’”, contou.
Conforme ele, uma outra estratégia é o chamado “Angel”. Segundo o defensor, neste caso, traficantes conquistam as vítimas e simulam uma paixão para com elas. “Daí as garotas são convidadas para uma viagem internacional e eles enchem a mala com drogas no fundo falso”, contou ele, relatando que, muitas vezes, as jovens realmente são inocentes e caem no falso conto da promessa de uma vida boa, com carros, riqueza etc.
Expectativa pelo perdão
Segundo o defensor, a expectativa é que Mary Hellen consiga o perdão no país e não seja punida com a pena de morte. “A aplicação da lei na Tailândia depende muito da quantidade e natureza das drogas”, começou Telemaco.
“Dependendo do caso pode ser aplicada pena de morte. Os advogados brasileiros têm que ter muito jogo de cintura e atuar conjuntamente com advogados tailandeses. Os asiáticos são muito severos, mas de 15 presos por tráfico na Tailândia em 2020, oito obtiveram o perdão”, explicou o advogado.
Rede de advogados para o caso de Mary Hellen
Hoje, existe uma rede de advogados especializados em casos de tráfico internacional debruçados sobre o caso da jovem. Segundo Telemaco, ele também entrará em contato com os representantes de outros dois brasileiros que foram presos pelo mesmo crime.
Agora, relata o defensor, o primeiro passo é saber como anda a integridade física e psíquica da presa. “Precisamos saber em que prisão ela se encontra e se estão respeitando a dignidade dela”, informou o advogado, finalizando que, por estar presa preventivamente, a mulher responderá o processo pelo crime na Tailândia. Nesse sentido, o intuito é evitar que ela seja condenada com pena de morte ou prisão perpétua.
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