Neste sábado, 10 de outubro, o Brasil sofreu a perda de 150 mil vidas pela Covid-19. No entanto, o fato é que as reais dimensões da pandemia ainda são uma incógnita. Não só pela subnotificação, como também por sua extensão, a qual será longa como tudo indica. Além disso, não está claro quais as possibilidades tanto de imunidade quanto de reinfecção, o que deixa pairando no ar a ameaça de uma segunda onda.
Incertezas e estimativas
Segundo matéria da Folha de São Paulo deste sábado, pesquisadores encontraram desde o início da pandemia dificuldades em relação à estimativa do número total de pessoas infectadas. Pois os casos não-sintomáticos são uma resistência para os métodos de detecção. Muitas vezes, os indivíduos infectados assintomáticos não recorrem ou não se manifestam, até mesmo pelo desconhecimento, junto das unidades de saúde. Passam, portanto, desapercebidos pelo cômputo.
Imunidade e reinfecção
Outra característica importante e que levanta dúvidas é o número de anticorpos nas pessoas que foram infectadas e que se recuperaram. Ainda de acordo com a matéria na Folha, pesquisadores afirmam que a quantidade de anticorpos de pacientes em recuperação começa a reduzir após algumas semanas. Essa queda é tamanha que testes convencionais não captam quaisquer sinais de infecção.
Por isso, é provável que a extensão da pandemia esteja subnotificada, em especial o número de pessoas infectadas. O número de casos confirmados, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, são 5.005.888 pessoas infectadas no Brasil. Número este que pode ser maior e mais preocupante.
A importância dos dados
Um dos mais importantes impactos em relação ao conhecimento ou não desses dados é saber em que altura uma determinada porcentagem de infectados pode levar de fato à chamada imunidade coletiva. Ao mesmo tempo, saber o volume total de pessoas infectadas pode auxiliar na precisão das medidas e na definição de políticas públicas de saúde, sobretudo no processo de vacinação.