O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), terá cinco dias para explicar as supostas ameaças a uma testemunha do seu processo de impeachment. A ordem, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), vem após o político atacar o atual secretário Estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, durante uma transmissão ao vivo em uma rede social.
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Na oportunidade, Witzel disse que o secretário é “mentiroso”. Além disso, ele também afirmou que, caso estivesse presente na sessão do Tribunal Misto Especial, que julga o processo de impeachment, teria dado voz de prisão a ele.
Para a PGR, o discurso do governador afastado foi feito em tom de ameaça, visto que ele se referiu a uma testemunha do processo de impeachment que corre contra o político. A exigência de esclarecimentos é assinada pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo.
O secretário foi chamado para depor e explicar em qual situação encontrou o cargo. Nesse sentido, ele listou uma série de irregularidades na Secretaria de Saúde e ainda afirmou que “a tropa é um reflexo de seu comandante”, dando a entender que a situação atual da pasta condizia com a administração de Witzel.
Assim que soube da resposta, o governador afastado foi às redes sociais criticar e acusar o secretário de mentir. “Eu queria dizer para o secretário de Saúde do Rio de Janeiro: o senhor é um mentiroso, doutor Chaves. Desculpa, o senhor tem 70 anos de idade e tinha que ter vergonha na sua cara de ter ido naquele tribunal mentir”, começou Witzel.
Completando a fala, o político continuou afirmando que o secretário mentiu. “O senhor é um mentiroso. O senhor mentiu perante o tribunal. Eu estava aqui assistindo, não estava lá presente. Se eu estivesse lá presente, eu pedia a sua prisão. A sua condução coercitiva para que você peça desculpas ao tribunal porque o senhor é um mentiroso”, afirmou.
Witzel nega ameaça
Também por meio de redes sociais, o governador afastado negou que tenha ameaçado Carlos Alberto. “Diante da reportagem que noticia a suposta prática de ‘ataques’ e ‘ameaças’ a uma testemunha que já prestou depoimento perante o tribunal misto, esclareço que apenas e tão somente exerci meu direito sagrado de defesa diante de informações inverídicas”.
Por fim, Witzel afirma que a ameaça nem se quer poderia ter se caracterizado, visto que a fala se deu após o secretário ter sido ouvido. “Não ameacei, nem poderia ameaçar, na medida em que o depoimento já foi prestado, em data anterior à crítica que veiculei nas minhas redes sociais”, finalizou.