Vendas no varejo dos EUA despencam em julho acima do esperado

A forte recuperação econômica dos Estados Unidos de meses atrás parece não ter mais tanto poder para elevar os ânimos dos consumidores americanos. Em julho, o varejo nos EUA amargou um tombo de 1,1% em relação ao mês anterior. A propósito, o Departamento do Comércio dos EUA divulgou os dados nesta terça-feira (17).

Embora a retração já fosse esperada pelos economistas, o recuo foi bem mais expressivo que o estimado. A saber, o consenso entre os analistas indicava uma queda de 0,3% no mês, mas isso não aconteceu. Em contrapartida, na comparação com julho de 2020, o volume do varejo disparou 15,8%. Aliás, as vendas no varejo dos EUA somaram US$ 617,7 bilhões no mês passado.

Vale ressaltar que a pandemia da Covid-19, decretada em março de 2020, afetou fortemente diversas atividades econômicas em todo o planeta. Por isso, a base comparativa anual geralmente traz dados tão expressivos, uma vez que os resultados do ano passado acabaram muito afetados pela crise sanitária.

Em resumo, o resultado preocupa todo o mundo, visto que os EUA são a maior economia do planeta. Lá, os gastos dos consumidores figuram como o principal motor econômico do país, respondendo por mais de dois terços do desempenho econômico.

Variante Delta afeta o consumo dos americanos

Nos EUA, muitas empresas ainda enfrentam desafios para encontrar mão de obra. Uma das principais razões para os americanos desempregados não procurarem trabalho é o medo de contrair a Covid-19. E a situação volta a ficar preocupante no país por causa da variante Delta.

Em suma, a variante é 50% mais transmissível que a cepa responsável pela maioria dos casos no ano passado. Apesar de os EUA já terem mais de 62% da população totalmente imunizada, os casos dispararam 550% no país, passando de 12 mil para 78 mil.

O resultado disso é a queda nas vendas do varejo americano. Aliás, ao analisar apenas o núcleo das vendas do varejo, excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentícios, o recuo chegou a 0,7%. E esse núcleo corresponde mais fielmente ao componente dos gastos dos consumidores do país no Produto Interno Bruto (PIB).

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