Dentro do prazo de 22 dias, todo o planeta Terra já registrou mais de 500 mil casos diários de Covid-19. O apanhado foi feito com o auxílio de dados apurados pelo Our World In Data, considerando o período desde o dia 20 de dezembro, no ápice da disseminação da variante ômicron.
Na data mencionada, 752 mil casos foram registrados em um único dia, o superior a 57% correspondente ao dia anterior, quando 477 mil diagnósticos foram confirmados. Desde que a variante ômicron foi oficialmente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há 47 dias atrás, todo o mundo foi impactado por um aumento nos casos de Covid-19 na margem de 19%, batendo recordes diários desde então.
Na visão do médico infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da USP, o aumento nos casos de Covid-19 perante o impacto da variante ômicron é surpreendente. Ele se espanta com a capacidade de ágil propagação do vírus em um novo patamar que, em poucas semanas, conseguiu dominar o país.
Embora o cenário tenha se agravado cada vez mais nos últimos dias, o alerta sobre os riscos da ômicron foi emitido ainda no mês de novembro de 2021, mais precisamente, no dia 26 daquele mês, apenas dois dias depois da detecção do primeiro caso de infecção pela variante na África do Sul. No dia em questão, os casos de Covid-19 pelo mundo já haviam atingido a marca de 594.437.
Neste hiato de tempo, o número teve altos e baixos, mas a todo o momento ficando acima do patamar de meio milhão a partir de 20 de dezembro, e desde então não baixou mais. Exclusivamente no dia 27 de dezembro, foi registrada a marca inédita de um milhão de casos confirmados para Covid-19 em um único dia.
Apenas uma semana mais tarde, o número já havia subido para mais de dois milhões de casos diários. Na última segunda-feira, 10, o recorde de registros foi de 3,28 milhões em 14 dias. Logo, nota-se que os novos casos triplicaram rapidamente por todo o planeta. É importante explicar que uma parte do crescimento mundial no cenário da pandemia está vinculado ao contágio em massa nos Estados Unidos da América (EUA), que, sozinho, registrou mais de um milhão de casos no dia 4 de janeiro.
Ontem, o país bateu um novo recorde de diagnósticos, com 1,35 milhão de contaminações. Mas os EUA não é o único país em estado crítico. A França e a Itália, juntos, acumulam boa parte dos índices de contágio por todo o mundo. Para o médico infectologista Stanislau, em contrapartida à evolução progressiva apresentada por outras celas, a ômicron tem o efeito de “uma enchente que toma conta de um território e atinge todo mundo ao mesmo tempo”.