Segundo relatório epidemiológico da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) divulgado domingo (8), a variante Delta (B.1.6.17.2) do novo coronavírus corresponde a quase 90% das amostras sequenciadas no mundo.
Na última quarta (4), o governo do Rio de Janeiro afirmou que a variante Delta foi detectada em 45% as amostras analisadas na capital fluminense e em 26% das amostras colhidas em todo o estado. Já em São Paulo a Delta correspondeu a 23,5% das amostras, de acordo com o Instituto Adolfo Lutz.
Com o avanço da variante mais transmissível até então, a Opas recomenda que os países americanos se preparem para um eventual aumento de casos e hospitalizações por Covid-19. A organização também ressalta a importância de que as autoridades intensifiquem a vigilância genômica e compartilhem os resultados na plataforma internacional Gisaid.
Apesar do alerta para a prevalência da cepa das amostras analisadas, a Opas pondera que os dados podem estar enviesados, pois existe desigualdade na capacidade de cada país adquirir dados de sequenciamento genético. Os países de alta renda, em geral, conseguem contribuir mais neste campo.
“Nem todos os países compartilham seus dados por meio da plataforma Gisaid, e a capacidade de sequenciamento genético pode ser diferente de um país a outro”, afirma a Opas.
Variante Delta do coronavírus está em mais de 135 países
A falta de sequenciamento genético em alguns países pode passar a falsa impressão de que determinadas variantes não estão presentes, “o que pode influenciar negativamente na capacidade de estruturação da resposta ao cuidado à saúde”, explica a organização.
Detectada pela primeira vez na Índia em julho de 2020, a variante Delta já se espalhou por mais de 135 países. “Em nível global, observam-se vários países com aumento de casos e de hospitalizações, com a emergência da variante delta, incluindo os com alta cobertura vacinal”, alerta a Opas.
Para frear o avanço da variante Delta do novo coronavírus nas Américas, a Opas reforça a importância da vacinação e pede para que os países reforcem a importância de medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, o distanciamento social e o álcool em gel. “Essas medidas permanecem eficazes na redução da transmissão desta e de todas as variantes”.