Na manhã desta quarta-feira (29), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que os prefeitos e governadores contrários à exigência de pedido médico para a vacinação infantil de crianças de 5 a 11 anos não são médicos e estão interferindo nas Secretarias de Saúde. De acordo com o cardiologista, as autoridades locais devem se manifestar apenas através da consulta pública aberta pela pasta no último dia 23.
“Os estados têm que se manifestar lá na consulta pública, aliás, governadores e prefeitos que falam em não ter prescrição e pelo que eu saiba, eles estão interferindo nas suas secretarias municipais e estaduais”, disse Queiroga em entrevista exibida na GloboNews.
Questionado sobre as incoerências da consulta pública, o ministro deixou de responder algumas perguntas e, visivelmente impaciente, entrou no prédio do Ministério da Saúde. Um pouco antes, Queiroga disse que a consulta serve como ferramenta para tranquilizar os pais.
“A consulta é um instrumento da democracia, amplia discussão sobre o tema, trará mais tranquilidade para os pais levarem seus filhos à sala de vacinação”, disse.
A consulta pública ficará aberta até o dia 2 de janeiro e tem sofrido críticas por parte de especialistas da área de Saúde e da própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pois o imunizante já se mostrou seguro para aplicação infantil e está sendo usado por diversos países que iniciaram a vacinação infantil contra Covid-19.
Queiroga evita divulgar posição do Ministério da Saúde sobre a vacinação infantil
Perguntando sobre qual seria o posicionamento do ministério sobre o tema, Queiroga respondeu que a posição da pasta está na consulta à população. Apesar disso, em nota técnica enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, afirmou que é a favor da vacinação infantil.
Queiroga aproveitou a oportunidade para citar a doação de vacinas a outros países por parte do Brasil. “Nosso país, através da determinação do presidente Jair Bolsonaro, é signatário de um grupo que cumpre vacinações ao nível mundial. Produzimos vacinas na Fiocruz, junto com ações do governo federal. Temos nossa população fortemente vacinada e avançamos com adolescentes”, declarou.
A decisão final do Ministério da Saúde sobre a vacinação infantil contra Covid-19 será divulgada no dia 05 de janeiro, um dia após a audiência pública sobre o tema.