Nesta segunda-feira (17), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que 48 crianças de 5 a 11 anos receberam a dose da vacina contra Covid-19 para adultos no município de Lucena, na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba. Segundo o ministro, as crianças serão monitoradas de perto para apuração de possíveis efeitos adversos.
“Todas as crianças, apurei que foram 48, devem ser acompanhadas de perto para detectar possíveis eventos adversos da vacina, sobretudo quando se aplica uma dose mais elevada, três vezes a recomendada para crianças. Essas doses foram aplicadas antes da distribuição das vacinas específicas; isso é considerado erro vacinal. É preciso cuidar para que não haja esse tipo de erro novamente”, declarou Queiroga em entrevista à CNN Brasil.
O ministro também disse que um processo administrativo para apurar a responsabilidade do “erro vacinal” foi instaurado e o MPF (Ministério Público Federal) está acompanhando o caso. Queiroga ressalta que a intenção da investigação “não é punir ninguém, mas é claro que [o erro] precisa ser averiguado para que fatos como esse não voltem a acontecer”.
Ontem (16), Geraldo Medeiros, secretário de Saúde da Paraíba, informou que ao menos 60 crianças foram vacinadas com doses vencidas e destinadas para adultos em Lucena. De acordo com ele, as doses foram aplicadas em dezembro e no começo de janeiro, antes de o Ministério da Saúde liberar a vacinação infantil contra Covid-19 no Brasil.
Enfermeira que vacinou crianças diz que dose para adultos ia vencer
O caso ganhou destaque quando a mãe de uma das crianças vacinadas com a dose errada postou um vídeo do cartão de vacinação dos filhos com a informação de que a imunização ocorreu no começo de janeiro, sete dias antes da chegada das doses pediátricas à Paraíba.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, a técnica de enfermagem responsável pela aplicação da vacina em crianças com a dose para adultos disse que recebeu ordem de imunizar todos que estavam na fila, pois as doses da Pfizer iam vencer.
“A ordem que lhe foi dada foi de que poderia vacinar todos os que estivessem para se vacinar, pois a validade das vacinas da Pfizer estavam para se vencer”, diz o texto do depoimento postado pelo portal G1.