Nesta segunda-feira, 11, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a criticar a vacinação contra a Covid-19 em adolescentes sem comorbidades. O comentário foi feito durante uma conversa junto a apoiadores e jornalistas na praia da Enseada, no Guarujá, litoral de São Paulo.
Na oportunidade, Bolsonaro fez o seguinte comentário: “Os caras tentam desqualificar você por qualquer coisa. Agora, porque não divulgam o número de mortes de pessoas vacinadas? Não divulgam. Muita gente que tomou a segunda dose está morrendo”, declarou Bolsonaro.
Contudo, é preciso ter em mente que, diante do aumento da vacinação contra a Covid-19, é extremamente natural o aumento do número de pessoas imunizadas entre as internadas, ou até mesmo quem vier a óbito. Isso porque, nenhuma vacina contra a Covid-19 possui 100% de eficácia garantida.
De toda forma, a eficácia dos imunizantes é certa. O que acontece é que a probabilidade de um agravamento no quadro de possíveis infecções de pessoas vacinadas é bem menor do que ao considerar a situação de quem não tem proteção alguma.
Bolsonaro ainda questionou o motivo pelo qual prefeitos e governadores optaram por dar continuidade à vacinação de adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos. Para ele, os jovens com menos de 20 anos de idade não correm o risco de ter a saúde afetada pelo novo coronavírus, chegando a mencionar o percentual fictício de 99,99% de segurança deste grupo.
O comentário foi feito após Bolsonaro se irritar com um questionamento feito a ele sobre as 600 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Ele disse que todos os países tiveram registros de óbitos pela doença, e que não é uma exclusividade do Brasil para justificar tal aborrecimento.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a vacinação de adolescentes. Em países como os Estados Unidos da América (EUA), jovens na faixa etária dos 12 anos já podem ser imunizados.
Na primeira quinzena de setembro, o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação contra a Covid-19 para adolescentes sem comorbidades. A decisão da pasta foi tomada para acatar o parecer do presidente sobre o tema.
Para Bolsonaro, este grupo não apresenta riscos, no momento. Ele ainda ressaltou que não se trata de uma “imposição, eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que eu vejo, o que chega ao meu conhecimento”.
Mais tarde, após tamanha discórdia entre as unidades federativas sobre vacinação de adolescentes, o Ministério da Saúde voltou atrás na decisão, mas ao que tudo indica, sem o aval do presidente que permanece contrário à medida.