O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje (28) que a vacinação contra Covid-19 no Brasil pode ser anual. O ministro também afirmou que o país precisa produzir mais imunizantes contra a doença, para dar conta da possível demanda. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil.
“É possível que [a pandemia do novo coronavírus] se torne uma endemia e que tenhamos que vacinar a população brasileira anualmente. Por isso, é necessário fortalecer o nosso complexo industrial da saúde, para que tenhamos condição de produzir vacinas suficientes no Brasil. Não só o IFA nacional, mas também o banco de células”, disse.
Não é a primeira vez que Queiroga menciona a possibilidade de vacinação anual contra a Covid-19. Em maio, o ministro admitiu a possibilidade, mas ponderou que a “ciência ainda não trouxe todos esses dados”.
Diante do impasse no Ministério da Saúde, o estado de São Paulo já anunciou que pretende começar um novo ciclo vacinal contra a Covid-19 no dia 17 de janeiro de 2022, exatamente um ano após a enfermeira Mônica Calazans se tornar a primeira pessoa vacinada contra o coronavírus no Brasil.
“Entendemos que o coronavírus veio para ficar assim como em 2009 o H1N1, vírus da gripe, veio e ficou”, afirmou o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, há 10 dias. “Anualmente precisamos fazer dose adicional. Normalmente assim é feito por se tratar de um vírus respiratório, que vai ser mantido endêmico na nossa sociedade”, completou o secretário.
Vacinação de adolescentes contra Covid-19
Durante a entrevista à CNN, Queiroga também voltou a dizer que a vacinação da população adulta com pelo menos a primeira dose deve ser finalizada no mês de setembro. Após os estados receberem doses suficientes para vacinar os adultos, será a vez dos adolescentes entre 12 e 17 anos serem incluídos no PNI (Programa Nacional de Imunizações).
“Temos que avançar por partes. Até setembro, [teremos] todos acima de 18 anos vacinados e teremos pelo menos 50% acima dos 18 anos vacinados com as duas doses. E depois vamos introduzir de acordo com a comorbidade [em adolescentes], e vamos pensar também no reforço”, disse o ministro.
No Brasil, até o momento, apenas a vacina da Pfizer tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser aplicada em adolescentes.