Nesta sexta-feira (17), o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que apenas 0,001% dos adolescentes vacinados contra Covid-19 no estado tiveram algum efeito adverso após a aplicação do imunizante. Até o momento, mais de 2,4 milhões de jovens de 12 a 17 anos foram vacinados em São Paulo.
“Tivemos 35 notificações, sete delas com evento grave, incluindo um gravíssimo. Estamos avaliando esses efeitos graves. Por exemplo, sonolência extrema não entraria no critério maior de gravidade, mas de toda forma, foi assim notificado pelo município em questão”, disse o secretário em entrevista ao portal UOL.
O estado de São Paulo segue recomendando a vacinação de adolescentes, mesmo após a suspensão da imunização de tal grupo por parte do Ministério da Saúde. Para justificar a decisão, o ministro Marcelo Queiroga chegou a citar a morte de um jovem em São Paulo.
“Não temos subsídio para dizer que a vacina é a responsável por esta condição de morte. Fazemos um acompanhamento em todos os pacientes que apresentem um evento adverso. No caso, esse é um evento adverso gravíssimo, e acompanhando estão também os fabricantes da própria vacina, que têm todo o interesse e a responsabilidade em obter essas informações.”, disse Jean Gorinchteyn.
Secretário de Saúde defende vacinação de adolescentes em SP
O secretário de Saúde de São Paulo também questiona outra afirmação de Queiroga, que afirmou que foram aplicadas 26 mil doses de vacinas não autorizadas para uso em adolescentes no país. Somente a vacina da Pfizer está liberada pela Anvisa para uso em jovens de 12 a 17 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, das 26 mil doses citadas, 6.921 teriam sido apenas no estado do São Paulo, sendo 2.356 da AstraZeneca, 4.464 da CoronaVac e 92 da Janssen.
“Eu desacredito nessa informação, mas preciso, como gestor público, abrir uma sindicância para que possamos apurar o fato. Se isso ocorreu de forma inadvertida, aquelas pessoas que fizeram a aplicação serão devidamente punidas, e aqueles que receberam imunizantes serão devidamente acompanhados nos próximos 30 dias e também terão toda a orientação para recebimento de outro imunizante na segunda dose”, disse o secretário.
Gorinchteyn criticou a suspensão da vacinação de adolescentes, justificando que o imunizante da Pfizer está sendo aplicado em jovens de diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Chile, Itália, França, Reino Unido e Israel.
“Passa a ser anedótico suspendermos isso no país. Isso é de uma ação extremamente irresponsável e desqualifica não só essa vacina como as demais vacinas que já vinham sendo desqualificadas pelos conceitos colocados em entrelinhas e, com isso, levando a descrédito da população na nossa vacinação”, afirmou.