Nesta quarta-feira, 2 de dezembro, o Reino Unido aprovou a vacina produzida pela Pfizer e pela BioNTech contra a covid-19 para aplicação na população. De acordo com o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, a vacinação no país deverá ter início já na próxima semana. Dessa forma, o Reino Unido passaria a ser o primeiro país em todo o mundo a aprovar uma vacina contra a doença.
O anúncio veio após a Pfizer obter uma taxa de imunização de cerca de 90% em seus testes laboratoriais. Para isso, foram aplicadas duas doses da vacina nos voluntários, com 21 dias de intervalo entre si. Assim, a imunização deverá durar por um ano. O teste contou com 43 mil voluntários.
Apesar de a aprovação da vacina do Reino Unido ser um avanço no combate à pandemia de covid-19, a novidade não deverá chegar ao Brasil. Em primeiro lugar, o imunizante da Pfizer possui uma validade de apenas 5 dias. Ou seja, não seria possível importar a vacina por longos trajetos. Além disso, a vacina não pode ser transportada diversas vezes. Segundo o jornal britânico The Guardian, caso o fármaco seja transportado mais do que quatro vezes, ele pode tornar-se instável e ineficaz. Desse modo, não há como mover o imunizante ao redor do mundo.
Do mesmo modo, seu armazenamento é extremamente delicado, exigindo aparelhos capazes de chegarem a -70°C para manter sua integridade. Entretanto, o Sistema Único de Saúde (SUS) não conta com a tecnologia necessária para fazê-lo.
Ministério da Saúde desconsidera vacina da Pfizer
Por essa razão, o Ministério da Saúde não possui previsão para autorizar o imunizante desenvolvido pela Pfizer. Nesta terça-feira, 2 de dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros informou os requisitos necessários para que uma vacina seja incluída no Plano Nacional de Imunização. Acima de tudo, ela deverá ser termoestável por longos períodos e é preciso que seu armazenamento seja feito em temperaturas de 2°C a 8°C, compatível com a capacidade da rede de resfriamento nacional. Igualmente, a vacina deverá ser capaz de oferecer proteção contra casos graves e moderados de Covid-19 e não oferecer riscos.