Até o final de agosto, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deve pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes clínicos em humanos de sua vacina contra a Covid-19, a UFRJVac.
De acordo com a professora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), Leda Castilho, que lidera a equipe de desenvolvimento da vacina da UFRJ, os resultados dos testes em animais foram animadores.
“A vacina está passando pelos últimos estágios de estudos em animais, que são os estudos que a gente chama de pré-clínicos. E, se tudo der certo, ela deve entrar em ensaios clínicos, que são os ensaios em voluntários humanos, até o final desse ano”, disse a professora em entrevista à Agência Brasil.
UFRJVac contra Covid-19 usa tecnologia conhecida
A UFRJVac usa a tecnologia da proteína recombinante, que utiliza uma cópia da proteína que recobre a superfície do vírus, assim como em vacinas contra a hepatite B, a gripe e o HPV (papilomavírus humano).
“Essa tecnologia é facilmente aplicável a outras variantes do coronavírus e a outros vírus também. Mas para cada vírus a gente vai ter que entender e pesquisar qual é a melhor proteína viral que seria usada como componente ativo, o IFA da vacina. No caso do coronavírus já se sabe que é a proteína chamada de spike, a proteína que compõe a espícula, aquela parte pontiaguda do vírus, ela é uma boa IFA para vacinas”, disse a professora.
A pesquisadora afirmou que o desenvolvimento da UFRJVac está testando diferentes variantes do novo coronavírus, demonstrando capacidade de lidar com novas mutações que possam surgir futuramente.
“A gente tem [vacinas com] várias variantes em desenvolvimento, algumas já prontas. Então, até o final do ano, antes de entrar em ensaios em humanos, a gente vai decidir qual é a variante mais importante para seguir adiante no desenvolvimento”, explicou.