A Dinamarca é oficialmente o primeiro país da União Europeia a adotar uma medida contrária às já conhecidas restrições voltadas ao combate à Covid-19. Isso porque o país retirou a obrigatoriedade de cumprir a maior parte delas, como o uso de máscaras faciais de proteção, apresentação do passaporte da vacina, e muito mais.
Esta iniciativa pôde se tornar realidade diante do percentual de cidadãos vacinados que já chegou a 80%. A volta gradativa a uma rotina normal começou nesta sexta-feira, 10, após o país escandinavo ultrapassar a margem de 500 dias com a curva de contágio pela Covid-19 dentro de um patamar considerado seguro.
De acordo com o governo dinamarquês, a Covid-19 não deve ser mais vista como uma “doença socialmente crítica” no país. Esta declaração resultou na permissão para a realização de shows e demais eventos sem a exigência de apresentar o passaporte de vacinação. É importante mencionar que o total de 80% da população vacinada é a partir de jovens com 12 anos de idade que já completaram o esquema vacinal com as duas doses do imunizante.
A suspensão parcial das medidas restritivas à Covid-19 teve início no dia 1º de setembro, sendo que a maioria vigorava desde meados de março de 2020. Logo que as regras se afrouxaram, as casas noturnas abriram as portas de imediato sem o limite de capacidade reduzido em virtude da pandemia. A primeira liberação oficializada pelo país foi a suspensão do uso de máscaras no transporte público.
Por outro lado, o uso de máscaras faciais de proteção continua obrigatório nos aeroportos. Em consultas médicas, visitas hospitalares e a centros de testes o uso é apenas recomendado, bem como o distanciamento social. As recomendações para que se mantenha o distanciamento social também prevalecem.
De acordo com o promotor de show, Ulrik Ørum-Petersen, a Dinamarca vive a vanguarda, tendo em vista que boa parte das restrições foram excluídas. Um evento que até poucos dias reunia 15 mil pessoas, em breve será ampliado para mais de 50 mil pessoas sem que precise organizar uma equipe própria para conferir o passaporte da vacina na entrada do evento.
Para a jovem dinamarquesa, Emilie Bendix, de 26 anos, poder estar em meio a tamanho evento, cantar a plenos pulmões junto a outras pessoas quase a fez esquecer que o mundo ainda enfrenta uma pandemia, apesar de o cenário nacional estar se estabilizando e voltando à normalidade. Mas para que a Dinamarca viva um cenário quase pré-pandemia novamente, é preciso contar com o apoio dos cidadãos e o controle de todas as autoridades sanitárias.
Na oportunidade, Catherine Smallwodd, chefe do departamento de situações emergenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, disse que a Dinamarca é apenas mais um dos tantos países que precisaram implementar medidas restritivas contra a Covid-19 visando preservar a saúde pública. “Mas ao mesmo tempo, teve amplo apoio de indivíduos e comunidades que aceitaram os conselhos do governo”, declarou.
Enquanto isso, o ministro da saúde dinamarquês, Magnus Heunicke, assegurou no final do mês de agosto que o governo não medirá esforços para implementar todas as medidas cabíveis para amenizar ainda mais os impactos da pandemia da Covid-19, sobretudo se houver um novo agravo na situação. Esta promessa esta vinculada ao fato de não deixar que serviços essenciais sejam comprometidos novamente.
Para que isso aconteça, as autoridades precisam acompanhar de perto os registros de casos confirmados, recuperados, hospitalizações, entre outros. Desta forma, será possível ter um embasamento preciso para qualquer determinação. Vale ressaltar que o país já iniciou o calendário de vacinação com a 3ª dose do imunizante.