Antigas tradições de casamento que ainda assombram mulheres

Nas tradições de casamento em regiões rurais como Cáucaso, é comum encontrar parentes escondidos atrás da porta ou analisando o lençol sujo de sangue. No Azerbaijão, faz parte da cultura feminina para que atestem o ato físico. O mesmo ocorre em países como na Rússia. 

Shakhla Ismail, que estuda direitos das mulheres no Azerbaijão, afirma em uma entrevista para a BBC que, quando não há sangue, são devolvidas para a família como se fossem defeituosas. Ou, muitas vezes, os responsáveis chegam a acreditar que ela já não era mais virgem. O problema é que após estar divorciada e rejeitada do primeiro marido, raramente irá conseguir se casar novamente. 

Ativistas dos direitos humanos afirmam que as mulheres chegam a ser examinadas antes da noite de núpcias para que haja a comprovação. A Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial da Saúde já pediram para que o ato fosse interrompido e não continuasse a acontecer. Ambas as entidades classificam esse tipo de ação como humilhante.

Acrescentaram que não existe um conceito definido de “virgindade” já que pode variar para a medicina ou cultura: enquanto alguns acham que é pelo rompimento do hímen, outros acreditam que se dá apenas com o ato sexual com o argumento de que o hímen pode não romper ou já estar rompido desde o nascimento. 

“Eu sabia que todo mundo ia inspecionar aquele lençol, mas eu estava tão chocada que mal consigo lembrar como eles o tiraram debaixo de mim”, diz Elmira em entrevista para o BBC no ano de 2019. 

‘Maçã Vermelha’ – tradições de casamento

Já em outros locais, apesar de não existir o costume de observar o casal como o foco das tradições de casamento, ainda se tem o intuito de analisar os lençóis. É uma prática comum. “Quanto mais longe da capital, pior fica o problema, e mais resistentes as pessoas são a mudança. Em alguns lugares chega ao ponto de fanatismo”, explica Nina Karapetians.

Nina ainda argumenta que, em algumas famílias, chegam a chamar os vizinhos para que observem. É comum que uma rua inteira fique sabendo do ocorrido. Aos 18 anos, idade do casamento, a maioria das moças não possuem formação acadêmica ou formas de se manter e, caso não apresentem a famosa “maçã vermelha”, podem ir para a rua e serem deserdadas. Em alguns casos, a família do noivo pode levar a mulher a um médico para a confirmação da teoria.

Daiane Souza

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