Um tesoureiro é acusado de ter desviado R$ 8 milhões dos cofres públicos da cidade de Dom Pedro de Alcântara, no Rio Grande do Sul, e ter perdido tudo por conta de aplicações financeiras erradas. De acordo com uma reportagem do programa “Fantástico”, Simão Justo dos Santos, de 38 anos, é servidor da prefeitura da cidade e teria mandado o dinheiro para suas contas pessoais entre março de 2020 e fevereiro deste ano.
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O destino dos recursos, ainda segundo a reportagem, eram aplicações no mercado financeiro, mas o servidor alega ter perdido todo o valor, que representa quase metade de toda previsão de gastos para este ano da cidade com 2,5 mil habitantes.
Segundo o tesoureiro, em depoimento à polícia, antes de furtar o dinheiro, ele teria investido em uma aplicação conhecida como “stop loss”. No entanto, ele acabou perdendo todo o dinheiro. Nesse sentido, os recursos desviados seriam para recuperar o prejuízo.
Em entrevista, Nadine Anflor, chefe da Polícia Civil, explicou que ele imaginou que, retirando da prefeitura, conseguiria reverter o prejuízo e ainda devolver a quantia aos cofres públicos. “Ele pensava em apostar nessas bolsas, investir nas bolsas, retirar o que ele havia perdido, e em um segundo momento, devolver para Prefeitura Municipal”, relatou.
Tesoureiro causou dados à população
De acordo com a prefeitura da cidade, a maioria do recurso desviado seria injetado em áreas da saúde, educação e fundo de previdência dos funcionários municipais.
Nesse sentido, revelou o chefe do Executivo Local, Alexandre Evaldt (MDB), alunos podem ficar sem merenda e transporte e, no mínimo, quatro professores deixarão de ser contratados.
Além disso, no mês passado, ainda segundo a prefeitura, quase 200 pessoas deixaram de ser testadas para a Covid-19, pois não havia dinheiro para a compra do material.
Não suficiente, faltam medicamentos básicos na farmácia municipal e não há recursos para bancar exames a pacientes. Tudo por conta do desvio.
Servidor tinha acessos importantes
Segundo as informações, o acesso do servidor só foi possível porque ele tinha várias senhas importantes, chegando a realizar transferências de R$ 150 mil cada um desses acessos.
Além disso, para não ser pego, ele também maquiava as prestações de contas. Todavia, o crime acabou sendo desvendado quando um gerente de uma das contas estranhou o alto valor das transferências.
De acordo com as informações, Simão até chegou a ser preso, mas, atualmente, responde em liberdade pelo prejuízo causado à cidade de Dom Pedro de Alcântara. Ele foi indiciado por peculato, com pena que varia de 2 a 12 anos de prisão.
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