A comunicação social é uma ciência social aplicada e consiste em um conjunto de sinais ao serviço da formação e conservação do grupo social. Na Ciência Política e Ciências Sociais, há linhas de estudos que analisam a comunicação política e social.
A primeira tese no contexto desses estudos sobre a comunicação social foi a teoria Hipodérmica. Segundo ela, todos os indivíduos da “massa” são iguais, sendo similarmente atingidos pela informação reproduzida nos meios de comunicação de forma direta e sem quaisquer resistências. Apesar de antiga e de amplamente superada pelo estudo da aplicação da Comunicação Social, muito ainda se fala até os dias de hoje sobre o poder de manipulação da mídia e de como ela, como ator social, poderia “ditar as regras do jogo” de forma imperativa e determinada.
Em seguida, o cientista político Harold Laswell, em 1948, baseado na teoria hipodérmica, criou um modelo que contribuiu para sua superação, pois indicava as falhas da antiga teoria e suas possíveis soluções. Para ele, era necessário responder as seguintes questões para assimilar corretamente a extensão e o resultados das mensagens disseminadas pela mídia: “Quem? Diz o quê? Através de que canal? A quem? Com que efeito?”. Por seu modelo, a comunicação seria individual, consciente e intencional.
Posteriormente, surgiu a Teoria da Persuasão, alegando que a mensagem remetida pela mídia ao indivíduo não é instantaneamente assimilada e que se sujeita às diversas perspectivas individuais. Sendo assim, ela se destaca pelo interesse aos fatores atados aos indivíduos e sua consequente subjetividade. Ou seja, para que a mensagem fosse recebida pelo público de forma clara, seria necessário que a audiência manifestasse interesse em adquirir a informação, a qual estaria de acordo com seu contexto sócio-cultural e político. Nesse sentido, os veículos emissores percebem a necessidade de se preocupar com o problema de como atingir o público-alvo ou descobrir qual é o estilo de informação que o público quer consumir.
Consecutivamente, sobreveio a Teoria de Efeitos Limitados (ou Teoria Empírica de Campo), a qual fora alicerçada na Teoria da Persuasão, mas respaldando-se em aspectos sociológicos, de forma a concluir que a mídia teria dominação limitada na sociedade pelo fato de se tratar meramente de um aparelho de persuasão, sendo somente uma fração da vida social. Essa tese percebe que a mídia desempenha pouca influência social ou domínio igualitário a qualquer outro agente social. Dessa forma, a comunicação pela mídia percorreria por múltiplos filtros – sendo estes individuais, e não sociológicos – de cada indivíduo até ser incorporada ao mesmo. Por esse motivo, fluiriam diversos graus de potência do efeito da informação ao público.
Por fim, surge a Teoria Funcionalista, que estuda o comportamento da mídia na sociedade e seus efeitos, e não apenas o segundo. Assim, ela estabelece uma abordagem integral aos meios de comunicação de massa, ressaltando o claro exercício de diversas funções pelo sistema de comunicação de massa. Ou seja, a questão em pauta não seria mais somente os efeitos da mass media, mas também como ela age e quais suas funções exercidas na sociedade.
Ainda, haveria a Teoria Crítica, fundada pela Escola de Frankfurt; a Teoria Cultorológica; e as três novas teorias da segunda fase das Teorias da Comunicação: Teoria do Agendamento, Gatekeeper e Newsmaking. Entretanto, não há espaço para elucida-las nesse instante.
REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, R. R. C. Déjà vu: diálogos possíveis entre a Operação “Mãos Limpas” italiana e a realidade brasileira. Revista Jurídica do Ministério Público do Paraná: ano 3, nº 4. P. 189-234. Agosto. 2016.
HUNTINGTON, S. P. A ordem política nas sociedades em mudança. São Paulo: EDUSP, Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1975.
POWER, Timothy J.; GONZÁLEZ, Júlio. Cultura política, capital social e percepções sobre corrupção: uma investigação quantitativa em nível mundial. Revista Sociologia Política: n. 21. Curitiba. 2003.
WOLF, Mauro. (1987). Teorias da Comunicação. Lisboa. Editorial Presença.