Nesta terça-feira (22), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) realizou um evento para marcar o lançamento da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 produzida 100% no Brasil. O evento contou com a presença dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), João Roma (Cidadania), além de Marcelo Queiroga e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
“Urgência, sustentabilidade, autonomia e soberania nacional foram os princípios orientadores desse empreendimento desafiador”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. Ao todo, o governo federal investiu R$ 1,9 bilhão no acordo de transferência de tecnologia da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, desenvolvedora do imunizante, para a Fiocruz.
Inicialmente, a expectativa era que as primeiras doses da vacina da AstraZeneca produzidas no Brasil fossem entregues em agosto de 2021. No entanto, houve atraso na assinatura do contrato, que deveria ter ocorrido em dezembro de 2020, mas só aconteceu em junho de 2021, além de dificuldades em produzir o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) no país.
Pouco mais de 550 mil doses da vacina já foram liberadas ao Ministério da Saúde, que contratou 105 milhões de doses da vacina da AstraZeneca para 2022, sendo 45 milhões de doses 100% fabricadas no Brasil.
“A liberação das primeiras vacinas Covid-19 100% nacionais, agora disponíveis para o Ministério da Saúde, é um marco da autossuficiência brasileira e do fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde [Ceis]. Termos realizado uma transferência tecnológica desse porte em tão pouco tempo para atender a uma emergência sanitária só reafirma o papel estratégico de instituições públicas como a Fiocruz para o desenvolvimento do país e garantia de acesso com equidade a um bem público”, destacou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
A Fiocruz também informou que já produziu IFA nacional suficiente para fabricar cerca de 25 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. Cerca de 2,6 milhões de doses já foram envasadas, incluindo as 550 mil doses já enviadas ao Ministério da Saúde.
Queiroga quer acabar com “caráter pandêmico” da Covid-19 no Brasil
Durante o evento de lançamento da vacina da Fiocruz, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que quer “acabar com o caráter pandêmico” da Covid-19 no Brasil, a exemplo de países como Reino Unido e Paraguai, que retiraram as restrições contra o novo coronavírus nesta semana.
“O Brasil já estuda esse tipo de iniciativa”, disse Queiroga durante o lançamento da vacina da AstraZeneca com produção 100% nacional pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
De acordo com o ministro, o governo federal está avaliando a situação epidemiológica no país e o impacto que a mudança de status da doença poderia ter sobre vacinas e medicamentos autorizados apenas para uso emergencial.