Acontece, nesta quarta-feira (05), mais um importante depoimento na CPI da Covid-19. Desta vez, quem prestou depoimento foi o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que revelou ter deixado o comando da pasta ao perceber que não teria autonomia para atuar durante a pandemia.
Pazuello adia ida à CPI por suspeita de covid e vira meme
O médico foi o que ficou menos tempo à frente do ministério durante a pandemia: foram 28 dias, no período entre abril e maio do ano passado. De acordo com o médico, no momento em que era o chefe do ministério, apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defender o uso da cloroquina, ainda não existia nenhum estudo que baseasse o uso do remédio contra a Covid-19.
“As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo”, disse Teich.
De acordo com ele, essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19. “Na minha convicção pessoal, baseada nos estudos, não havia, naquele momento, qualquer evidência de sua eficácia para liberar”.
Indicação de Pazuello
Durante o depoimento, que deve se estender até a tarde desta quarta (05), Teich foi perguntando pelo relator da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre as circunstâncias da nomeação de Eduardo Pazuello para secretário-executivo do ministério na gestão de Teich.
“Ele, Pazuello, foi indicado para mim pelo presidente Jair Bolsonaro […] Embora ele não tivesse experiência em saúde, eu contava que sob a minha orientação ele executasse de forma adequada o que fosse definido na minha estratégia de planejamento”, explicou.
Depois que Teich se despediu da Pasta, Pazuello, que é general da ativa do Exército, tornou-se ministro. No comando do ministério, diferentemente de seus antecessores, Pazuello não contrariou Bolsonaro sobre temas como cloroquina e isolamento social, medida que não é apoiada por Bolsonaro.