Nesta quarta-feira (21), o secretário de Saúde do Mato Grosso do Sul (MS), Geraldo Resende, anunciou que o governo desistiu da importação de doses da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19.
O motivo alegado foram as restrições impostas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que liberou a compra do imunizante em quantidades específicas e sob condições controladas.
A informação foi dada em entrevista ao site Campo Grande News. “O percentual [permitido] é insignificante. Só podemos comprar 1% para fazermos estudos, para depois verificar se é possível ampliar a compra”, explicou Resende.
Se futuramente a Sputnik V receber a liberação para ser importada e utilizada em maior volume, o governo do MS avalia que a vacinação no estado já estará avançada.
“Vamos acabar a imunização sem necessidade de compra, e o tempo de espera seria muito longo. O que adianta fazer a compra se vai ser entregue daqui 90, 120 dias? Não vai fazer diferença, porque hoje somos o estado que mais vacina”, acrescentou o secretário.
MS vacinará toda população adulta até agosto sem a Sputnik V
De acordo com projeções da Secretaria de Saúde do MS, toda população adulta do estado deve ser vacinada com ao menos uma dose até o final do mês de agosto.
“Temos a perspectiva de vencer a barreira no final do mês de agosto, que é a chamada imunidade de rebanho. 80% da população total vacinada com D1 e D2 [primeira e segunda doses], então do que adianta comprar uma quantidade ínfima, que demora a chegar? Isso não vai fazer diferença nenhuma no processo vacinal em Mato Grosso do Sul”, completou.
Outros estados também podem desistir da Sputnik V pelo mesmo motivo que o Mato Grosso do Sul. São eles: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia. Por outro lado, o Consórcio Nordeste, formado por 9 estados da região, vai importar 1,1 milhão de doses até o final do ano, mesmo sob as condições impostas pela Anvisa.