A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começou hoje (10) a produzir a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca 100% no Brasil utilizando insumos nacionais. A fabricação do imunizante em território brasileiro foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que permitiu o uso do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) produzido pela Fiocruz. Antes, o insumo usado era de origem chinesa ou indiana.
De acordo com comunicado divulgado pela Anvisa, estudos mostraram que “ao ser fabricado no país, o insumo mantém o mesmo desempenho que a vacina importada”.
O pesquisador da Fiocruz, Daniel Villela, em entrevista à CNN Brasil, explicou a importância de fabricar uma vacina contra Covid-19 no Brasil. “O caminho é esse: ter a produção do IFA localmente e ter essa autonomia, porque a vacinação é o melhor meio atualmente do controle da pandemia. As variantes aparecem por conta de mutações, algumas não levam a efeitos significativos e outras a OMS chama de ‘preocupação’, pode ser pela transmissibilidade maior, como a Ômicron”.
Fiocruz tem IFA produzido no Brasil para fabricar 21 mi de doses da vacina da AstraZeneca
Desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo de uso no Brasil em março de 2021. Dois meses depois, em maio, a Anvisa concedeu à Fiocruz um certificado de Boas Práticas de Fabricação do novo insumo.
De lá pra cá, a fundação enviou diversas amostras à Anvisa, que por fim autorizou a fabricação da vacina 100% no Brasil. Com isso, a Fiocruz já conta com equivalente a 21 milhões de doses com IFA nacional. O envase das doses da vacina da AstraZeneca com IFA produzido no Brasil será iniciado nesta semana.
“A gente aguardou a publicação pela Anvisa porque, no momento em que a gente envasa a vacina, começa a contar o prazo de validade. Semana que vem a gente começa a envasar, muito provavelmente no fim do mês, ou no começo do mês que vem, a gente já vai estar conseguindo entregar a vacina nacional”, explicou o diretor da unidade Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, em entrevista à GloboNews.