O que era um sonho para o brasileiro Taillon Janiel da Luz, de 31 anos, acabou se tornando um pesadelo. Isso porque ele, que sonhava ter conseguido um estágio em Londres, na Inglaterra, descobriu, após transferir cerca de R$ 28 mil para uma empresa que supostamente oferecia a vaga na Europa, que havia caído em um golpe.
Serial killer brasileiro matou três mulheres na Flórida
Em entrevista ao canal “BBC Brasil”, o brasileiro, que mora em Rio do Sul, em Santa Catarina, afirmou que até foi alertado por pessoas próximas que a oferta era boa demais para ser real. Isso porque a empresa golpista disse que ele iria estagiar na Continental AG, uma multinacional de pneus, e ganharia um salário de R$ 15 mil por mês.
“Eu tinha me inscrito em um processo de estágio da Continental AG. Depois de certo tempo, eu recebi e-mail dizendo que fui pré-aprovado para o processo de seleção. Foi quando iniciou o golpe”, disse o brasileiro.
Segundo Taillon, ele tomou a iniciativa de procurar oportunidades no exterior no final de 2021 e começo deste ano. A falsa vaga, por exemplo, foi apenas uma das inúmeras que ele se inscreveu.
“Lembro que me inscrevi em pelo menos umas seis oportunidades de estágio. Passei a virada de ano pensando que eu queria mudar, tomar um novo rumo, adquirir uma experiência internacional”, explica ele, completando que remodelou seu currículo nos primeiros dias do ano até que a “oportunidade” de se mudar para Londres apareceu.
De acordo com ele, apesar de seus pais terem o alertado, ele estava enxergando somente a oportunidade de poder trabalhar fora do país e melhorar seu currículo. Isso, sem desconfiar de nada e se agarrando em sua experiência anterior, quando se candidatou em um programa de estágio semelhante em uma empresa na Lituânia.
Além disso, seu intercâmbio na Irlanda lhe deu confiança de que ele era a pessoa ideal para o cargo. Essa confiança foi o fato essencial para que ele topasse pagar algumas taxas após ter recebido um e-mail afirmando que ele havia sido aprovado para o estágio.
“Vendi meu carro por R$ 19 mil, bem abaixo do que realmente valia. Tudo isso desmoronou minha vida. Ainda tive de incluir nomes de outras pessoas para fazer novas remessas de dinheiro porque o limite de transferência internacional no meu CPF já tinha sido atingido”, contou o brasileiro.
Segundo ele, o golpe e o prejuízo foram constatados após ele ter se despedido da família e amigos, três dias antes do voo, quando ele recebeu um comunicado da suposta empresa afirmando que ele deveria depositar mais R$ 17 mil para finalizar a emissão de um visto europeu específico.
“Um valor bem alto. Foi quando procurei a própria Continental. Recebi deles apenas uma mensagem que não dava muitos detalhes, mas dizia que eu não estava participando de nenhum processo seletivo e que tinha caído em um golpe”, contou o brasileiro.
Por fim, Taillon conta que ainda está digerindo a história e que precisou dar vários passos atrás para reduzir os custos pessoais e se recompor financeiramente. “Ainda estou lutando com o que aconteceu”, explicou.
“Hoje, consigo falar um pouco sobre a situação. Mas eu remanejei toda a minha vida. Eu tinha contratado uma pessoa para ficar no meu lugar na minha empresa durante esses seis meses. Procurei um trabalho fora porque seria injusto tirá-la do cargo, com dois filhos, porque eu fui enganado”, finalizou ele.
Leia também: Brasileiro é preso com cocaína diluída em produtos de beleza na Tailândia