Esta terça-feira (6) foi marcada pela despedida do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Prestes a se aposentar, Mello participou da sua última sessão no colegiado.
O decano Celso de Mello (mais antigo do Supremo) foi homenageado pelos colegas da Corte, que hoje é composta pelos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Cármen Lúcia.
Homenagens
O ministro Gilmar Mendes se emocionou ao falar de Mello, dizendo que o mesmo “dedicou uma vida à defesa da integridade institucional, na renovação permanente do compromisso e devoção aos pilares da nossa democracia”.
Para Mendes, o legado que o ministro vai deixar é “fruto da incansável dedicação do seu excepcional saber jurídico à proteção do estado de direito”.
“Qualquer tentativa de registro do significado da trajetória do decano seria certamente incapaz de apreender o simbolismo de sua figura para os membros do tribunal”, afirmou.
E continuou, “a presença de Celso no Supremo não se esgota neste caloroso momento. Será ela projetada por todos que creem na relevância da jurisdição constitucional para a construção de uma sociedade justa”
Ricardo Lewandowski desejou felicidades em sua nova caminhada, além de dizer que o ministro “não apenas conquistou a sabedoria, mas soube usá-la em prol do avanço civilizatório da nação brasileira”.
“Estaremos sempre com vossa excelência acompanhando seus passos daqui para frente como sempre fizemos.”
Edson Fachin lembrou do seu posicionamento “firme, intransigente, como é de um magistrado independente e imparcial, a favor do respeito ao direito às minorias”.
Já a ministra Cármen Lúcia afirmou que o decano é um “grande sábio a ensinar, permanentemente, não só lições do direito, lições de vida” e que é um exemplo de lutar pela democracia e por direitos fundamentais. “Temos juízes como vossa excelência para serem exemplos permanentes.”
Celso de Mello disse que, com a proximidade do final da sua jornada na Corte, ficou emocionado com as falas dos seus colegas, se despedindo sob aplausos.
“O STF, muito mais do que um órgão incumbido da defesa da Constituição e das liberdades fundamentais, representa para mim um verdadeiro estado de espírito, e mais do que isso, um estado de espírito que induz à saudade que, para sempre, guardarei dos dias em que permaneci nesta alta Corte judiciária de nosso país”, disse.
“A convivência com as eminentes juízas e juízes que o integram tornou-se um imenso fator de aprendizado para mim, especialmente quando o STF se viu confrontado com graves desafios”, afirmou Mello.