Famílias de detentos que hoje estão no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, denunciaram na quarta-feira (03) que os presos da unidade estão sofrendo com o superfaturamento no preço da cantina interna do local.
Durante entrevista ao portal “Midiamax”, familiares dos presos afirmam que, atualmente, os preços pagos pelos internos da unidade estão o dobro ou o triplo do praticado nos supermercados convencionais.
“Um litro de óleo custa R$ 14, um quilo de açúcar R$ 15 e de café R$ 16. Toda vez que tem entrega de pertences a gente só pode levar dois sabonetes, duas barras de sabão, no máximo 10 miojos, 250 gramas de sabão em pó e pasta de dente só da pequena. Tudo isso para durar um mês”, afirma a mãe de um dos presos da unidade.
Ainda de acordo com ela, desde o começo da pandemia da Covid-19, a administração do local passou a limitar a quantidade de itens de higiene e alimentação que podem chegar à unidade. “Antes da pandemia era possível fazer entregas todos os sábados ou domingos”, relata.
“Um quilo de carne é R$ 120 lá, a marmita é R$ 25. Esses dias eu depositei para a cantina R$ 600 para meu esposo comer, ele não comprou quase nada”, afirmou uma outra mulher, que ainda relatou que, em outros presídios, a visita e entrega de itens foi normalizada.
“Eu sei que eles estão errados pelo que fizeram, mas fazem oito meses que voltaram as visitas e nos outros presídios já está a cada 15 dias [as visitas] de novo”, acrescentou ela, que ainda diz que há um ano e meio não ocorrem visitas íntimas ou regulares a cada 15 dias, como era de costume ocorrer.
Agepen nega vendas em presídio
Em nota, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) informou que “está analisando os procedimentos necessários para o retorno total das visitas, já retomadas em agosto com medidas restritivas de biossegurança”.
Além disso, a pasta negou que exista a venda de carnes no local e que as marmitas não são vendidas, mas sim distribuídas de forma gratuita. “Todos os outros preços de produtos seguem rigorosamente um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] firmado, sendo o valor praticado de 30% sobre o valor da nota do produto”, informou a Agepen.
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