A pastora e cantora gospel Ana Paula Valadão foi acionada na justiça depois que o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação devido às declarações consideradas homofóbicas proferidas pela artista.
De acordo com o MPF, a cantora deve ser penalizada com uma indenização por danos morais coletivos por “discurso de ódio contra homossexuais e pessoas que convivem com o vírus HIV”.
Assim como publicou o Brasil123, o discurso da pastora foi feito em 2016 durante um congresso transmitido na internet e em um canal de televisão, mas voltou a viralizar no ano passado.
Na ocasião, Ana Paula Valadão afirmou que relações homoafetivas não são normais, e ainda associou a aids a casais de homens. Além disso, de acordo com o MPF, a cantora, em um dos trechos destacados na ação, reforça a relação entre a doença e os casais homoafetivos.
“Taí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres, enfim…Não é o ideal de Deus”, afirmou ela. Relembre o vídeo:
https://twitter.com/delucca/status/1304790255128776705?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1304790255128776705%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fbrasil123.com.br%2Fana-paula-valadao-diz-homossexuais-sao-a-causa-da-aids-e-e-detonada-na-web%2F
Investigação contra Ana Paula Valadão
A cantora passou a ser investigada pelo MPF no final do ano passado. Na ação, o órgão pede que ela seja obrigada a pagar R$ 200 mil.
Já a emissora em que a declaração foi feita, conforme pediu o MPF, deve ser condenada a pagar R$ 2 milhões e também “arcar com os custos econômicos da produção e divulgação de contranarrativas ao discurso do ódio praticado, em vídeo e sítio eletrônico, com a efetiva participação de entidades representativas de pessoas LGBTQIA+ bem como de pessoas que convivem com o HIV”.
Em nota, assim que o caso ganhou repercussão nas redes socais, a defesa, Ana Paula Valadão e a emissora afirmaram que estavam amparados pela liberdade religiosa e que a fala teria sido mal interpretada.
Todavia, na visão do MPF, a fala da cantora foi “preconceituosa e não encontrou guarida na liberdade religiosa”. Isso porque, ainda segundo órgão, a pastora extrapolou os limites constitucionais e ofendeu direitos de grupo de pessoas vulneráveis.
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