Um estudante da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizou uma pesquisa minuciosa e descobriu que a suástica nazista era usada como marca de ferrar gado em Santarém, no oeste do estado. De acordo com as informações, os documentos são datados do ano de 1938 e foram utilizados pelo estudante de história Joanderson Mesquita em seu trabalho de conclusão de curso, intitulado “Liebold & Cia.: os rastros da suástica na Amazônia”.
Segundo ele, em entrevista publicada pelo portal “G1” nesta quinta-feira (11), o estudo partiu do uso da suástica nazista como marca de ferrar gado no município para investigar a imigração alemã para a região.
Em sua pesquisa, o aluno identificou que quem estava utilizando a marca era a empresa Liebold & Cia. O caso foi descoberto por conta de uma denúncia de furto: Francisco Machado Freire mandou pegarem um dos animais da companhia para que ele pudesse vender na região por duzentos e vinte mil réis.
Ainda na pesquisa, que utilizou autos do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA), constata-se que a suástica foi fundamental para que o furto fosse descoberto. Isso porque, nos autos, consta que a acusação conseguiu incriminar Francisco Machado Freire através do exame de corpo de delito feito no couro do boi.
A prova, neste caso, de que a empresa Liebold & Cia. Era dona do animal, foi o símbolo da suástica, isto é, o sinal nazista era, de fato, mesmo a marca oficial da firma, que reconheceu publicamente sua utilização.
Durante a pesquisa, não foi possível provar que Arthur Johannes Liebold, dono da empresa, tinha ligações com a Alemanha nazista. “Não foi possível indicar que Liebold tinha vinculação com a seção do partido nazista estabelecida no Pará em 1938, mas sabemos que houve filiados à seção do Partido na cidade de Santarém”, esclarece Joanderson Mesquita.
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