Nesta quinta-feira (21), a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que a pandemia de Covid-19 pode ter causado a morte de 80 mil a 180 mil profissionais da saúde em todo o mundo até maio deste ano. A entidade ressalta a importância de que o grupo tenha prioridade nas campanhas de vacinação promovidas por cada país.
Dos cerca de 135 milhões de profissionais da saúde no mundo todo, “entre 80.000 e 180.000 podem ter morrido de covid-19 no período entre janeiro de 2020 e maio de 2021”, aponta o relatório da OMS.
“Essas estimativas são baseadas nas 3,45 milhões de mortes vinculadas à covid-19 declaradas à OMS em maio de 2021; um número que, por si só, é menor que a quantidade real de mortes”, disse a organização em um comunicado.
“Por isso, é fundamental que a vacinação dos profissionais sanitários seja uma prioridade”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.
“Os dados de 119 países sugerem que, em média, dois em cada cinco profissionais da saúde em todo o mundo estejam completamente imunizados”, disse ele.
“Mas é óbvio que essa média esconde enormes diferenças entre regiões e setores econômicos. Na África, menos de 1 em cada 10 profissionais da saúde foi completamente imunizado, enquanto na maioria dos países de renda alta, mais de 80% estão vacinados com o esquema completo”, acrescentou Ghebreyesus.
Profissionais da saúde devem ter prioridade na vacinação contra a Covid-19
Como os profissionais da saúde estão muito expostos ao novo coronavírus, a OMS fez um apelo para que os países priorizem o grupo nas campanhas de vacinação contra a Covid-19, sem deixar de lado os demais grupos de risco.
“Mais de 10 meses depois da aprovação das primeiras vacinas, o fato de milhões de trabalhadores da saúde ainda não estarem vacinados é por si só uma condenação aos países e empresas que controlam a oferta mundial de vacinas”, disse Tedros.
Como já fez em diversas oportunidades durante o ano passado e este ano, Ghebreyesus denunciou a desigualdade da distribuição de vacinas entre as nações e pediu que os países que tenham doses suficientes compartilhem os imunizantes em excesso.
“Os países do G20 se comprometeram a doar mais de 1,2 bilhão de doses de vacinas ao Covax. Até agora, apenas 150 milhões foram entregues. Para a maioria das doações, não temos um calendário. Não sabemos quantas doses o Covax vai receber, nem quando”, lamentou o diretor da OMS.