O Instituto de Segurança Pública (ISP) revelou, nesta quarta-feira (22), que, de 2016 a 2020, grande parte dos policiais que foram mortos no estado do Rio de Janeiro não estavam trabalhando, ou seja, estavam de folga.
De acordo com o ISP, foram 506 policiais mortos no período já citado em todo o estado carioca. Destes, 148 estavam em serviço: 133 agentes da Polícia Militar (PM) e 15 da Civil. Por outro lado, 358 estavam em folga: 331 militares e 27 civis.
Conforme mostra o levantamento, intitulado a “Vitimização policial no estado do Rio de Janeiro: panorama dos últimos cinco anos (2016-2020)”, a maioria dos assassinatos aconteceu na capital e entre às 18h e 0h. Destes policiais, 76,1% estavam lotados em unidades operacionais.
Importância do levantamento
De acordo com Marcela Ortiz, diretora-presidente do ISP, as informações levantadas são importantes na medida em que, a partir delas, políticas públicas podem ser implementadas com o intuito de melhorar as condições de trabalho dos agentes.
Além disso, ela também conta que, atualmente, existe um desafio relacionado à qualidade de vida dos policiais. “Os nossos dados mostram que há um desafio também no que diz respeito à saúde mental dos policiais”, diz.
Um dado que embasa a importância da saúde mental para os policiais aparece quando são reunidos os casos de mortes decorrentes de suicídio durante 2016 a 2020. Segundo o Instituto, neste período, 35 agentes tiraram suas próprias vidas.
Policiais mortos de forma violenta
Conforme mostra o estudo, 71,9% das mortes consideradas como não-naturais de policiais no RJ foram ocasionadas por homicídios, encontro de cadáver, lesão corporal causada por arma de fogo e roubo seguido de morte causada por arma de fogo.
Por fim, ainda de acordo com o ISP, um dado que chama a atenção é que, a cada dez vítimas de latrocínio, o roubo seguido de morte, no Rio de Janeiro, uma era policial.
“O importante de trazer esses dados para a sociedade é justamente mostrar que, apesar desses agentes do Estado terem o monopólio da violência, eles também são vítimas dela e isso precisa ser combatido”, completa a diretora-presidente do instituto.
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