Pérola ‘Pola’ Waiswol, de 92 anos, ainda tem no braço a tatuagem de sobrevivente, com seu número de registro do campo de concentração. Ela recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira (8) em São Paulo.
Pola Waiswol, uma judia sobrevivente do holocausto, que ainda carrega no braço a tatuagem com seu número de registro no campo de concentração, recebeu a vacina contra o novo coronavírus. Com 92 anos, portanto, ela foi vacinada em um posto drive-thru montado em frente ao Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta última segunda-feira (8).
Sobrevivente do holocausto, Pola ainda possui a tatuagem com seu número
Pola nasceu em 1929, até hoje ainda tem em seu braço a tatuagem com o número de registro dela no campo de concentração. Natural de Kozminek, na Polonia, Pola passou pelos campos de Auschwitz II-Birkenau, em seu país natal, além de Neustadt-Glewe, na Alemanha, de acordo com registros do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos.
Pola Waiswol também é autora de um livro que conta sua história
Sobrevivente de fases extremamente difíceis como o holocausto, ela também é autora de um livro sobre sua vida. “A menina das tranças douradas” narra a trajetória de sua família, desde sua infância na Polônia, até a chegada ao Brasil, com passagens por um gueto judaico e por dois campos de concentração na Europa.
Vacinação trouxe esperança para passar por mais uma fase difícil
Pola Waiswol esteve no posto de vacinação do Pacaembu nesta segunda-feira (8), foi levada pelo filho, um dos poucos membros da família que manteve contato físico com ela durante os meses de pandemia em São Paulo. A chegada de Pola ao Brasil aconteceu em 1947, fugindo dos horrores da 2ª Guerra Mundial. Assim, ela construiu uma família numerosa, composta por dois filhos, sete netos, 40 bisnetos e três tataranetos.
Os familiares comemoraram a imunização da matriarca Waiswol, que há meses só mantém contato com grande parte deles através de telefone e transmissões de vídeo.
Família comemora a vacinação de Pola
“Essa vacinação é mais uma porta de liberdade para a minha avó, que ficou aprisionada em casa, sem contato com grande parte da família, nesses longos meses de pandemia. Ela sofreu muito com a falta da família. Pra gente, é um motivo enorme de emoção poder voltar a ter contato pessoal com ela logo mais”, contou o neto Cláudio Ejzenbaum.
“Depois de sofrer nos campos de concentração, a vacina é uma nova libertação para a minha avó continuar inspirando as pessoas. Ela vai continuar escrevendo a linda história de vida que ela construiu até aqui”, completou o neto.