De acordo com o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Azis (PSD-AM), se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) optou por manter o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR) como líder do governo na Câmara após denúncias sobre irregularidades nas negociações de compra da vacina Covaxin, com certeza há crime de prevaricação.
“Se o presidente tem nele [Barros] o líder do governo na Câmara e o manteve após essa denúncia, não tenha dúvida nenhuma de que há prevaricação. É um fato muito grave para o presidente e ele tem que se defender, mas não se defende”, disse Aziz em entrevista ao portal UOL nesta segunda-feira (05).
“Aquele mito de que as pessoas em torno do presidente são acima de qualquer suspeita está caindo por terra”, completou o presidente da CPI da Covid.
Aziz informou que Barros prestará depoimento à CPI, mas somente “no comento que a CPI achar apropriado”.
Aziz confirmou que Barros será ouvido na CPI da Covid, que investiga a atuação do governo federal durante a pandemia, mas apenas “no momento que a CPI achar apropriado”.
Bolsonaro pode responder por crime de prevaricação
A denúncia sobre as irregularidades no contato da Covaxin foi levada à CPI da Covid pelos irmãos Miranda, que prestaram depoimento na sexta-feira (25). Segundo eles, o presidente Jair Bolsonaro foi informado sobre o suposto esquema de corrupção e teria dito que levaria o caso à Polícia Federal. No entanto, ao constatar o envolvimento de Ricardo Barros, o presidente não deu seguimento à denúncia, o que configura crime de prevaricação.
“Vamos trazer novos fatos que vão comprovar ainda mais que há por parte do governo Bolsonaro, através da pessoa do presidente, de que ele tinha conhecimento e não tomou providência”, afirmou Aziz.
“Quando tinha vantagem, havia uma voracidade e rapidez para que fosse comprado, tanto que [para fechar contrato com] a Pfizer demorou 300 e poucos dias e Covaxin menos de 40 dias de negociação. Então você veja a diferença”, avalia o presidente da CPI da Covid.
“Não há registro na história de comportamento de presidente como este”, dispara Aziz sobre a gestão de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 no Brasil.