Salário mínimo perde poder de compra no governo Bolsonaro

O salário mínimo no Brasil não vale tanto quanto há quatro anos. Embora tenha reajustes anuais, o aumento dos preços de bens e serviços eliminou todos os ganhos da remuneração no país nos últimos anos. E o presidente Jair Bolsonaro deverá ser o primeiro presidente, desde o Plano Real, a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando entrou.

De acordo com um estudo da corretora Tullett Prebon, o mínimo deverá encerrar 2022 com uma perda de 1,7% em relação a dezembro de 2018. Nas últimas décadas, nenhum presidente saiu do cargo com o salário mínimo registrando perda de poder de compra, seja no primeiro, seja no segundo mandato.

Aliás, a perda do poder de compra do mínimo poderá ser ainda maior que o estimado. Em resumo, a alta contínua e generalizada dos preços de bens e serviços é conhecida como inflação. E a taxa anual no país está nos dois dígitos há meses. Inclusive, a expectativa é que a inflação suba ainda mais no decorrer de 2022.

Vale destacar que o piso salarial estava em R$ 1.213,84 em dezembro de 2018, e deverá cair para R$ 1.193,37 em dezembro deste ano, descontada a inflação. Em outras palavras, a população do país até tem um salário mínimo maior do que há quatro anos, mas o poder de compra só fez se deteriorar nos últimos anos.

Entenda a perda inédita do poder de compra do salário mínimo

Segundo o estudo, há dois fatores principais que estão provocando a perda do poder de compra do salário mínimo no mandato de Bolsonaro. A primeira delas se refere ao ajuste fiscal, dado através do peso do mínimo na indexação do Orçamento da União. Em suma, os reajustes no piso salarial impactam outras despesas, como benefícios sociais e gastos com Previdência.

Já a segunda razão é a própria inflação, que se mantém em níveis elevados desde o ano passado, pressionada pela pandemia e, mais recentemente, pela guerra na Ucrânia. A saber, há três anos que não há reajuste do piso salarial acima da inflação, ou seja, o salário mínimo não teve ganho real de poder de compra.

Por fim, também vale destacar que o real brasileiro perdeu 31,3% do seu poder de compra nos últimos cinco anos. Diversos fatores levaram o país a chegar a essa realidade, principalmente a pandemia da Covid-19. E agora a população sofre para comprar bens e contratar serviços que estão bem mais caros que antigamente.

Leia Também: Brasil tem novo recorde de demissões voluntárias em março

Ruan Samarone

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